Um dos mais importantes nomes da dramaturgia brasileira, Antônio Bivar morreu aos 81 anos, neste domingo (5/7), em decorrência da covid-19. Ele estava internado há duas semanas no Hospital Sancta Maggiore, em São Paulo, e sofreu complicações respiratórias. Bivar faz parte dos mais de 64 mil brasileiros mortos pelo novo coronavírus.
Além de ter escrito peças de sucesso, como Cordélia Brasil e Alzira Power, Bivar organizou, em 1982, o festival de música Começo do Fim do Mundo, marco do movimento punk no país. O evento, no SESC Pompeia, em São Paulo, contou com bandas de destaque, como Inocentes, Olho Seco, Cólera e Ratos de Porão.
Perseguido durante a ditadura militar, Bivar exilou-se em Londres, na década de 1970, onde conviveu com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Mautner, Leilah Assumpção e outros brasileiros na mesma situação. Depois de voltar ao Brasil, atuou como diretor musical de shows de artistas como Maria Bethânia e Rita Lee.
Bivar escreveu mais de dez livros ao longo da carreira, entre contos, romances, ensaios, biografias e memórias. A mais recente autobiografia, intitulada Perseverança, foi publicada em 2019. Em 2006, após anos de estudos intensivos sobre a obra da escritora Virginia Woolf, lançou a obra Bivar na Corte de Bloomsbury.