O bar do Calaf, no Setor Bancário Sul, foi criado há 30 anos. Na época, uma pequena loja de bebidas e petiscos recebia clientes que sentiam prazer em sentar-se à mesa de plástico e jogar conversa fora. Com adaptações e transformações, o pequeno negócio local ganhou o nome, Outro Calaf, que até hoje é palco para comemorações brasilienses. Além disso, a atual casa de festas restaurante é onde tantos artistas da cidade têm a oportunidade de se lançar no mundo da cultura. “Começamos com uma portinha com quatro mesas e uma cozinha minúscula. Fazíamos a feijoada em casa, para servir nas sextas-feiras”, relembra Venceslau Calaf, de 65 anos, proprietário do bar.
Tradicionalmente, o Outro Calaf recebe artistas de diferentes meios musicais e que compõem o cenário musical da capital federal. “Em nossas três décadas de existência, passaram pela nossa casa centenas de artistas, para um público de mais de um milhão de pessoas. Calaf é lugar de liberdade, dos mais variados públicos, nossas festas e nossa cozinha celebram as vozes do DF, as lutas pelos direitos LGBT, contra o machismo, contra o racismo, pelo direito à cultura e à democracia”, comemora a Priscila Calaf, administradora do local.
Em decorrência do isolamento social, o local está há quatro meses com as portas fechadas. De acordo com Leo Preto, um dos produtores da casa, é a primeira vez que o Calaf permanece fechado por tanto tempo. “Mas, ainda assim, mantivemos nosso compromisso com os funcionários do bar. Todos eles continuam recebendo o salário normalmente”, explica.
Breno Alves, integrante do grupo de samba 7 na Roda, contou que há 13 anos se apresenta no local com a banda e que a importância de celebrar as três décadas de existência da casa é grande. “Considero um grande ato de resistência manter uma casa cultural sobrevivendo há tanto tempo no DF. É um ponto muito importante para a cidade, temos muita consideração e respeito”, considera o cantor.
Tendo em vista a necessidade de preservar o pagamento da equipe do Calaf, a produção do local preparou uma festa on-line em comemoração aos 30 anos de existência da casa. Os shows serão amanhã, às 21h, por meio do aplicativo Zoom. Os ingressos do evento estão disponíveis pelo Sympla e, caso o cliente queira contribuir com a doação de alguma quantia, basta efetuar o pagamento de R$ 10, R$ 30 ou R$ 50 na hora da retirada do ticket.
Para a programação, a casa preparou um repertório com as principais atrações que ocupavam a casa no período pré-pandemia. O evento contará com a presença do grupo 7 na Roda, Dj Lucas Nery (da festa InShock), Pati Egito (Dj do bloco Essa boquinha eu já beijei), Cxxj (Dj da festa SARRA), Dj Mike, Letícia Fialho e os dançarinos João Sampaio e Jéssica Sampaio.
*Estagiária sob supervisão de Igor Silveira
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.