Preservação ambiental e amplo sentido de coletividade são alguns dos comportamentos de indígenas legítimos que ecoam numa iniciativa de projeção internacional: o concerto SOS Rainforest LIVE, com exibição amanhã, a partir das 16h, no YouTube e no TikTok, que reunirá mais de 40 artistas. Nomes como Sting, Manu Chao, Caetano Veloso, Anitta, Iza, Gaby Amarantos e Jorge Drexler tomam parte da iniciativa. Ajudar indígenas, num momento de fragilidade dado o novo coronavírus, por meio de doações, é o objetivo central da Rainforest Foundation (em pool que reúne Noruega, Estados Unidos e Reino Unido), organizadora da união dos ativistas.
Citando Bob Marley, pela frase “um amor, um coração”, o músico Evandro Mesquita, integrado ao evento, conclama: “É hora de olhar para o ser humano, independentemente da raça, credo, opinião política ou sexo. É o momento de dar as mãos em busca de uma solução para este mal que aflige o planeta inteiro, principalmente populações mais carentes e indígenas”. A cumplicidade com mensagens de vida das tribos data de 1998, quando Mesquita conheceu líderes das tribos Kamaiurá e Kuikuro. “Homenagens aos povos indígenas foram constantes, em músicas e shows, até com uso de cocar, na Blitz”, sublinha.
Na opinião de Carlinhos Brown, elencado para o show, a unidade dos artistas traz um recado de responsabilidade para os governantes. “Sejam éticos. Responsáveis. É tudo que precisamos nesse momento”, diz.
Ressaltando a diversidade de cerca de 305 povos indígenas — “cada um com sua cultura, seu modo de vida, divindades e línguas” —, Maria Gadú, uma das curadoras da celebração musical on-line, aponta conceitos de índios, naturalmente, encampados por ela. “A generosidade com a terra e com o bem viver, a compreensão de que somos parte de um complexo sistema ambiental com fauna e flora, e o inigualável respeito à sabedoria dos mais velhos são aprendizados de comportamentos de tribos e tenho muita admiração por isso”, completa.
A SOS Rainforest Live, com adesão de ativistas, como Camila Pitanga, Wagner Moura, Sebastião Salgado e Oona Chaplin (atriz das sagas Avatar e GoT) e apresentações de Gilberto Gil e da banda mexicana Maná, se concretiza como “uma grande aliança”, pelo que destaca Maria Gadú, que assume a transformação de veículos na construção de metas para 2020. “Reformulamos maneiras com que trataremos dos assuntos que nos são importantes. A internet está agora, mais do que nunca, sendo usada como possibilidade de expansão para além do voyeurismo social e do comércio exacerbado. Acredito que as construções de saberes e lugares têm sido trabalhadas pelas lideranças e, sobretudo, pelas minorizadas”, observa.
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