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Durante os 15 anos em que ocupou a 205 Norte, o Espaço Cena reuniu gerações de artistas de diversas linguagens. “Foi muito rico tudo que a gente viveu ali, mas, na natureza, tudo que um dia começa, um dia termina. Termina bem, positivamente, com uma energia para frente. Não estamos lamentando esse encerramento, estamos registrando o quanto foi bonito viver esse processo ali”, comenta Reis.
Assim como presenciou e prestigiou talentos da cidade, o local acompanhou o desenvolvimento da quadra como uma referência do fazer artístico na capital. “Tinha fama de cabeça de burro, de que tudo que abrisse ali não daria certo. Era um espaço deprimido, escuro e perigoso. A gente acendeu as luzes, criou movimento, levou o público, ocupou de noite e isso foi aos poucos mudando a geografia humana daquele espaço. Os outros empreendimentos foram chegando até chegar ao que é hoje, com espaços de criação e ateliês. É uma prova de que a cultura chega e inicia o processo de transformação da estrutura urbana. Fomos protagonistas dessa pequena história da entrequadra”.
Apesar de um ciclo que chega ao fim, este ano, o Cena completa 25 anos, tendo realizado 20 edições. Mesmo com o cenário incerto e com restrições da pandemia, Reis garante que fará a 21ª edição comemorativa. “Estamos trabalhando de maneira intensa para formatar o festival. O espaço é um braço que demos por encerrado, mas estamos repensando todo o evento”.