Diversão e Arte

João Bosco lança álbum 'Abricó-de-macaco' nesta quarta no Canal Brasil

Material traz parte da parceria longeva com Aldir Blanc

Há quase 50 anos João Bosco estreava na seara fonográfica, ao gravar num compacto lançado pelo semanário Pasquim, Agnus sei, que inaugurou a longeva parceria com o poeta Aldir Blanc, falecido recentemente. Os dois construíram uma das obras mais representativas da MPB, que, de certa forma, está refletida em Abricó-de-macaco, CD e DVD que o cantor, compositor e violonista mineiro lança, nesta quarta-feira (13/5), às 18h, no programa Faixa musical, do Canal Brasil, com reapresentação quinta e sexta-feira.

Neste novo trabalho, em que é autor de algumas das composições, João assina também a concepção, a direção musical e os arranjos. Das 16 canções do álbum, duas são inéditas: a que dá nome ao projeto e Horda, feitas com o filho Francisco Bosco. As demais, embora sejam regravações, soam com frescor a partir da releitura feita pelo cantor, ao utilizar características marcantes, enquanto intérprete: a divisão rítmica do canto e a sonoridade que extrai do violão.

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“Uma música que não é inédita, ao ser regravada, pode trazer algo novo. Isso tem a ver com a maneira como o intérprete se expressa. Não é a primeira vez que recrio músicas que componho, ou de outros autores. Quando me vêm ideias posso renová-las”, explicou João ao Correio. Ele cita, entre outras, Mano que zueira (outra parceria com Francisco Bosco), que abre o repertório; Profissionalismo é isso aí, composta com Aldir Blanc; Holofotes, que divide a autoria com Antônio Cícero e Waly Salomão; além de Cabeça de nego, só dele.

Canções


Abricó-de-macaco é um disco que exala brasilidade. João o quis assim, reunir músicas que remetem à cultura popular do país, como Terreiro de Jesus, criou com Francisco Bosco e o compositor baiano Edil Pacheco; Cordeiro de Nanã, com a participação de Mateus Aleluia; Senhora do Amazonas, uma rara parceria com Belchior; Forró em Limoeiro (Edgar Ferreira), imortalizada por Jackson do Pandeiro; e a bossanovista Água de beber, concebida por Tom Jobim e Vinicius de Moraes, no Catetinho, em Brasília.

Pela primeira vez, o canto tem em sua companhia num trabalho, artista de uma outra geração, no caso Alfredo del Penho, João Cavalcanti,Pedro Miranda e Moyseis Marques — cantores que participaram ativamente do processo de revitalização da Lapa. Nos acompanhamentos estão Marcello Gonçalves (violão 7 cordas), Marcelo Caldi (acordeon) e a israelense Anat Cohen (clarineta). “Quis, nesse trabalho, mostrar a riqueza musical e cultural do Brasil, um país social e economicamente tão desigual, mas com uma música e uma cultura rica e pungente”.

Abricó-de-macaco
CD de João Bosco, com 16 faixas e várias participações, parceria do selo MP,B, Som Livre e Canal Brasil. Lançamento hoje no programa Faixa Musical do Canal Brasil.