Diversão e Arte

'Êta Mundo Bom!' ganha reprise; Candinho é símbolo de esperança e superação

Sucesso no horário das 6 em 2016, Êta Mundo Bom!, de Walcyr Carrasco, ganha reprise no Vale a Pena Ver de Novo, na Globo, a partir desta segunda-feira, 27 (ao mesmo tempo que Avenida Brasil entra na reta final), numa outra realidade do País - e do mundo. Candinho, vivido por Sergio Guizé, e sua trupe voltam a trazer mensagens de otimismo, leveza e superação, mas agora num Brasil confinado, amedrontado pela pandemia do novo coronavírus. Assim, a célebre frase do inocente Candinho "Tudo o que acontece de ruim na vida da gente é 'pra meiorá'" pode ter novo significado para o espectador. Walcyr Carrasco concorda? "Ahhh... eu espero que a partir disso as pessoas busquem maneiras construtivas de superar este momento", ele responde ao Estado. "Acredito que neste momento a mensagem positiva de Êta Mundo Bom será mais forte, porque todos nós estamos precisando de otimismo." Autor de outras tramas bem-sucedidas, como Chocolate Com Pimenta e Verdades Secretas (ele está escrevendo a parte 2 da trama), Carrasco contou uma história deliciosa em Êta Mundo Bom!, com um elenco bem entrosado com seus personagens. Figura central da novela, Candinho é um rapaz do interior que cresceu sem conhecer a mãe biológica. Já adulto, seguindo o conselho do amigo Pancrácio (Marco Nanini), ele parte para São Paulo em busca da mãe (Eliane Giardini), que, quando jovem, precisou abandonar o filho por engravidar sem ser casada. Na capital, em plena década de 1940, ele vive aventuras e enfrenta dificuldades, sempre acompanhado de seu burro Policarpo. Também fazem parte do elenco nomes como Elizabeth Savalla, Ary Fontoura, Débora Nascimento, Camila Queiroz, Flávia Alessandra, Eriberto Leão, Bianca Bin, Klebber Toledo, Rosi Campos, entre outros. Para Sergio Guizé, o personagem representou a virada na sua carreira. "Candinho é um personagem muito importante na minha trajetória, simples, popular, lúdico e com um bordão carregado de amor e esperança. Me rendeu algumas homenagens, ganhei prêmios", diz o ator. "Esse trabalho com o Walcyr me trouxe em seguida mais dois personagens incríveis. Tive a chance de contracenar com um elenco de primeira, grandes mestres, como Marco Nanini e Eliane Giardini, e trabalhar com o mestre maior Jorge Fernando (diretor, que morreu no ano passado). Ele era incrível, como faz falta. Guizé lembra que, para viver Candinho, usou várias fontes de inspiração. "Li o conto do Voltaire, Cândido ou o Otimismo, e assisti ao filme Candinho com Mazzaropi, que foram referências do Walcyr Carrasco para escrever a novela. Me inspirei muito em Charles Chaplin e no cinema mudo, e também busquei referências na minha memória afetiva. O personagem, de certa forma, foi uma homenagem à minha avó materna, Maria. Candinho tem muito dela, o sotaque principalmente", diz o ator, que emendou outros trabalhos com Carrasco, nas novelas O Outro Lado do Paraíso (2017-2018) e A Dona do Pedaço (2019), em papéis bem diferentes de seu dócil caipira. Confinado com a namorada, a atriz Bianca Bin, há mais de um mês, na casa deles em Indaiatuba, no interior de São Paulo, com seus cachorros e "rodeados de silêncio e natureza", Guizé conta que os dois estão aproveitando este período para buscar o autoconhecimento, estudando, pintando, tocando. "A Bianca começou a aprender a tocar violão, tocamos e cantamos juntos, assistindo a séries e filmes." Ele também tem lido os episódios de sua próxima série, Mal Secreto, e se dedicado ao próximo disco de sua banda, a Tio Che. E, a partir de segunda, vai assistir à Êta Mundo Bom! apenas como um espectador. "Com certeza, estou ansioso para rever a novela. Agora acho que vou curtir mais, porque, no período de gravação, a gente assiste a um capítulo já pensando no próximo, é outro olhar." Walcyr Carrasco diz que, se a novela provocar um sorriso, alegria em quem assistir, já se sentirá satisfeito. "Candinho é um personagem de superação, que não se deixa abater pelos problemas", descreve o autor. "Por isso, será forte neste momento, porque todos nós temos uma situação difícil a superar." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.