Diversão e Arte

Em entrevista ao Correio, o poeta Joel Cavalcante fala sobre a carreira

O autor escolheu não vender o próprio trabalho


Simples, contador de histórias e piadista. Estas são algumas das primeiras impressões passadas por Joel Cavalcante, um homem que passou a vida toda com a literatura, mas em momento algum teve a intenção de lucrar com ela. “Para mim, é mais importante que pessoas deem valores a outras pessoas do que à posse”, afirma o escritor.

“Comecei com a literatura aos 13 anos, atualmente estou com um pé nos 70 e ainda vivo disso”, diz Joel. Com mais de 3 mil poemas feitos, além de peças de teatro, monólogos, contos, livros infantis, o trabalho de Joel é muito vasto e passa desde sátiras políticas e contos eróticos, a peças para crianças e poemas com temática delicada. O autor já fez de tudo um pouco e tem mais 10 livros publicados.

Desde o início dos anos 2000, Joel faz trabalhos de caridade em escolas de crianças e jovens de baixa renda. Ointuito do artista é espalhar a literatura que foi parte integrante da vivência dele. “Em 2002, entrei em uma livraria de rico no Brasília Shopping, lá vi um menino pedindo um livro pra mãe que não pode dar pois não tinha dinheiro, o menino chorou e eu decidi que dali em diante trabalharia para chegar com a literatura em que não tinha condições”, lembra o poeta.

Desde então, Joel Cavalcante já levou livros autografados para a Escola do Parque, Escola da estrutural, bairros pobres de Goiânia, cidade natal do escritor, e mais recentemente para uma escola em Santa Maria. Antes de começar o projeto, já havia doado livros para um Lar de Velhinhos no Goiás e para os anistiados que voltaram apara o Brasil após a ditadura militar. O autor afirma que mesmo se pudesse cobrar não saberia. “Sou um cara meio “ermitão” não sei lidar com esta parte comercial”, diz.

“A mensagem que eu quero passar com meu projeto é meu sonho. Que é levar a literatura para o máximo de pessoas que eu puder para tirá-las de uma situação de alienação”, pontua o escritor. “Quanto mais você lê, mais você entende e mais você sabe. Então, uma pessoa que lê muito tem mais condições de entender o mundo de forma diferente e votar melhor para presidente ou deputado por exemplo”, afirma Joel.

O início de tudo


Em 1963, Joel Cavalcante, ainda muito jovem no ensino fundamental, começou a escrever sátiras sobre diversas coisas que via a sua volta. Uma professora leu um dos textos, mostrou para escola inteira. Desde então, o autor vê a literatura de forma diferente. “É a comunhão de pessoas diferentes”, pontua Joel.

*Estagiário sob a supervisão de Igor Silveira