Correio Braziliense
postado em 28/03/2020 09:45
Hitmaker, defensor do sertanejo raiz e maior campeão do The voice Brasil. Essas são algumas das muitas facetas do sertanejo Michel Teló. Graças a aproximação que a internet dá e o maior tempo de tela do artista na televisão nos últimos anos — por conta do reality e do quadro Bem sertanejo, do Fantástico —, outra característica veio à tona: a simplicidade do paranaense.
Teló é daquelas pessoas “gente como a gente”, que trata todo mundo bem, que aproxima e dá atenção. Esse jeito do sertanejo também passa para o trabalho. No ano passado, lançou o primeiro CD do projeto Churrasco do Teló, um conceito que leva ao público o jeito de fazer música que o artista mais gosta, ao lado dos amigos, com um violão e um bom churrasco.
Já naquela época, Teló tinha a intenção de fazer outro volume, que foi lançado nos últimos dias nas plataformas digitais. O projeto é encabeçado pelo single Quem falou mentiu, que havia sido divulgado antes do EP completo, que é formado por cinco outras faixas: Fome de amor, Print, Desobediente, Bê e O choro é livre.
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No meio disso tudo, Michel Teló atendeu ao Correio e falou sobre o novo trabalho, que mistura influências de diferentes vertentes do sertanejo, do isolamento e até do The voice Brasil. Confira!
Entrevista / Michel Teló
Você lançou no ano passado o Churrasco do Teló — Volume 1 e agora vem o segundo volume. O que muda?
O primeiro a gente fez num quintal, num ambiente noturno. Esse a gente já fez num churrascão, debaixo de uma árvore, perto de uma represa. Colocamos a churrasqueira lá, levamos a turma e gravamos essas músicas que eu já tinha separado há algum tempo e ficou uma vibe muito boa, com churrasco e muita música alegre.
Esse disco vem em meio a uma pandemia de coronavírus e é um álbum bem alegre. Pensa que é um bom momento para esse EP ser lançado por ser um contraponto?
Realmente a gente tem passado o tempo todo vendo notícias tristes e está todo mundo em casa. Estamos fazendo um esforço para conscientizar as pessoas a ficarem em casa. Comercialmente falando não sei se é o melhor momento para lançar um projeto. Mas nesse momento que a gente acaba prestando muita a atenção nas notícias, acho que levar essas músicas alegres e fazer música para as pessoas torna tudo um pouco mais leve. Então é um momento importante sim.
Assim como no volume 1, é possível perceber uma mistura de sertanejo raiz com influências da atualidade, como a bachata. Como você faz essas misturas?
Sou um cara eclético, faz tempo que venho sendo assim. Naquela álbum de Ai se eu te pego (Michel na balada, de 2011) tinha Boate azul, Telefone mudo... Sempre fiz questão de manter a música raiz viva, porque, além de o público gostar, eu acho importantíssimo. Faz parte da minha vivência, do que gosto de fazer, me divirto cantando música sertaneja. Esse projeto também tem com a bachata, com o batidão. Tem duas músicas bem dançantes. É uma sofrência com alegria.
Quem falou mentiu foi a primeira música do Churrasco do Teló — Volume 2 a ser lançada. Como foi o processo de escolha para que ela fosse a música de trabalho?
Eu ouço muito a opinião do público. Toco nos shows, faço votação na internet. Mas também falo com a gravadora. A gente vai fazendo uma pesquisa de opinião mesmo. Essa música tem tudo a ver comigo, tem essa coisa da alegria. O pessoal se identifica muito quando eu canto músicas alegres e dançantes. Fora que ela tem um refrão chiclete.
E você sabe fazer refrão chiclete, né?
Realmente, eu gosto. Desde o Grupo Tradição com Barquinho. Depois teve Ei psiu, beijo me liga; Ai se eu te pego; Fugidinha...
Paralelamente à música, a gente já se acostumou a te ver na televisão, seja no The voice Brasil, seja no Bem sertanejo. Quais são seus planos nesse sentido para 2020?
Esse ano, até então, o The voice Brasil está confirmado. Iriamos começar a gravar em julho, como tem sido todos os anos. Mas a gente não sabe até quando ainda estará nesse momento difícil. A ideia é fazer o The voice esse ano. O Bem sertanejo a gente fez no ano passado e geralmente dá um tempo. Não é um programa que tem uma temporada todo ano. Quem sabe a gente faz no próximo ano ou daqui a dois. Temos que analisar.
Você é o maior vencedor do The voice Brasil. Qual é a fórmula do sucesso?
Costumo dizer que todo ano tenho 25% de vencer. E eu corro atrás dela. Faço minha correria. Todos os anos deram certo. Mas, sinceramente, acho que quando o público escolhe a voz, não tem a ver com o técnico. Sinto isso e acompanho pela internet. Tive a alegria de escolher as vozes que o público queria eleger. Até porque se formos falar de carisma e força na internet, a Ivete (Sangalo) e a IZA — outras técnicas da atração — são dois fenômenos e o Lulu Santos é um hitmaker. Todos têm seu público. Acho que realmente as pessoas assistem ao programa não pelo técnico, mas pela voz. Tive essa sorte e essa alegria de escolher grandes vozes, cada uma no seu estilo diferente.
Você é um dos artistas que aderiu aos festivais on-line nesse período de quarentena. Qual é a importância disso?
De interagir, de estarmos todos juntos, só que a distância. É uma maneira que a gente tem de pensar no próximo e de tentar levar alegria para os lares e para as pessoas que estão confinadas, cada uma em sua casa. E a internet nos dá essa oportunidade de nos juntar.
Churrasco do Teló — Volume 2
De Michel Teló. Som Livre, 7 faixas. Disponível nas plataformas digitais.
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