Formada em 2005, a banda Maneva ficou conhecida nacionalmente ao longo da carreira por conta de composições que transmitem muitos sentimentos e por uma musicalidade mutável, com diversas influências. Ao longo desses 15 anos, entretanto, o grupo nunca deixou o reggae de lado. O estilo, mais trabalhado pelos artistas, está presente também no EP Cabeça de folha, lançado para comemorar o aniversário de carreira dos músicos.
No novo álbum, a banda trabalha com um conceito diferente, envolvendo um personagem. O Cabeça de folha é o responsável por dar vida às seis composições da Maneva, sendo a atração nos videoclipes musicais. “Trabalhamos com a música jamaicana. Foi tudo muito natural, com arranjos mais lúdicos. O cabeça de folha ganhou músicas especiais para ele, que se associam com os episódios (videoclipes) e contam a nossa caminhada de trabalho. É uma história que tomou um rumo diferente, no sentido musical. Explicamos o projeto para o diretor musical e realizamos”, explica o vocalista Tales de Polli.
Com seis canções presentes, sendo elas Lindo leve e pleno, Nós do Bonfim, Me entenda, Nuvens do amanhã, Olha pra mim e Sorri de novo, o EP traz uma musicalidade suave com uma presença instrumental marcante. Tudo isso é fruto de muito trabalho dos artistas, que contaram com Sergio Soffiatti na direção musical do projeto, como conta Tales. “O Sergio exigiu muito de nós na produção. Ele realizou um processamento dos timbres antes de gravar, que nos ajudou bastante.”
Saiba Mais
O percussionista Diego Andrade completou, expondo o lado dos músicos. “Nosso baterista, por exemplo, demorou cinco dias para gravar. Repetimos a mesma coisa umas 30 vezes para buscar o melhor resultado. E acredito que conseguimos mostrar isso, que foi um trabalho feito com o coração, entregue de alma.”
Dentro da banda Maneva — e do reggae em geral, a questão da simbologia é muito importante. Musicalmente falando, a mensagem que os integrantes buscam passar permeiam a busca por um novo nascimento do ser, que não tinha vida e se redescobre em contato com o mundo. “Essa jornada e evolução representa a procura pela felicidade e pelo prazer que a vida pode nos proporcionar”, explica o vocalista.
Sendo um projeto de aniversário, mais intimista, o único convidado para cantar no EP Cabeça de folha é Vitor Kley, um dos novos nomes musicais que surgiu em 2019 com o single O sol. “Ele é um cara maravilhoso, super evoluído. É um jovem, mas consciência musical não tem idade. Ele combinou demais com o projeto, nessa música que é única”, explicita Tales.
No segundo semestre, a banda planeja uma turnê pelo país com os novos singles e Brasília está no calendário. Para isso, o projeto musical contará, ainda, com outros EPs que completarão este primeiro lançamento. “Chamamos de primeira temporada. É o início das comemorações de aniversário da banda.”
Três perguntas para // Tales de Polli, vocalista da banda Maneva
As músicas são agradáveis, quando se escuta. Qual a sensação que vocês sentem ao escutar o som de vocês?
Nós escutamos muito as nossas músicas, mas acredito que a gente não faz nada sozinho. Temos uma missão e fazer música foi a designada para nós. Toda vez que escuto nosso som me emociono bastante. Esse em especial, é um projeto diferente, é uma história de uma vida que está com problemas e busca um caminho diferente para a felicidade.
Qual é o grande legado que esta banda carrega nestes 15 anos?
O legado é feito através das nossas lições, acertos e aprendizados. É uma honra poder trabalhar e ainda ter o tesão pela música. Esses 15 anos passaram voando, mas tenho certeza que a banda Maneva constrói um legado que vai ser para a vida inteira. É uma coisa natural.
O que representa o Cabeça de Folha?
O nascimento do universo. Ele está incluso em um meio ambiente diferente, com uma população diferente e não se encaixa. Esse é o grande problema. Ele busca uma saída para enflorescer com a descoberta da música. Tudo pode se transformar se estivermos abertos para que o novo aconteça.
*Estagiário sob a supervisão de Igor Silveira