Correio Braziliense
postado em 23/03/2020 15:16
O escritor Ricardo Lísias pensou que criar um curso sobre literatura francesa ao vivo seria uma boa maneira de ajudar a diminuir a ansiedade durante a quarentena. Por meio de um chat no qual receberia, ele acreditava, cerca de 60 pessoas, falaria sobre uma lista de autores escolhidos por razões afetivas. Mas Lísias foi ingênuo. A lista de convidados para o curso, que é gratuito e aberto, já ultrapassa 700 pessoas. Vai ser preciso pedir aos participantes que bloqueiem os microfones da sala de chat para que o professor consiga dar o curso.
Literatura Francesa Contemporânea tem início no próximo dia 25/3 e ocorrerá sempre às quartas e sextas, entre as 22h30 e 23h30. “O que me deu a ideia do curso foi formar uma espécie de comunidade, de grupo de pessoas mesmo, que na minha cabeça, reuniria umas 50 a 60 pessoas com interesse em comum que seria a literatura francesa contemporânea”, conta o autor de Diário da cadeia, livro que rendeu um processo do ex-deputado federal Eduardo Cunha, condenado a 15 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. No livro, Lísias utiliza como pseudônimo o próprio Cunha para escrever uma espécie de diário.
O escritor escolheu um total de dez livros para comentar e analisar durante os encontros virtuais. Entre eles estão Cuide de você e Histórias reais, de Sophie Calle, Serotonina, de Michel Houellebecq, O fim de Eddy e História da violência, de Edouard Louis, Retalhos, de Philipe Lançon, e Baratas, de Scholastique Mukasonga.
“É um curso de literatura francesa contemporânea, dos autores a partir dos anos 1980 e muito focado nos autores ainda em produção”, avisa. “Essa escolha foi dada por motivo claro: entre os contemporâneos, a produção francesa é a que mais me atrai, a que acho mais interessante. Escolhi esse conjunto de autores. São os livros que me influenciaram.”
Lísias conta que gosta de muitos autores localizados, mas tem afeto especial pela produção francesa. ”Os franceses tiveram uma certa capacidade de perceber que a literatura precisava abrir determinadas fronteiras, como a fronteira de gênero, uma fronteira muito artificial entre ficção e não ficção, as discussões sobre o lugar do nome do autor, tudo isso vai ser colocado durante o curso”, garante.
Durante a quarenta, Lísias está em casa, em São Paulo, e trabalha na finalização do próximo livro. “Tem uma tese ousada que vou apresentar no curso, ela está no meu próximo livro e é sobre literatura francesa, Emmanuel Marcon, literatura brasileira, Jair Bolsonaro“, adianta o escritor.
Durante a quarenta, Lísias está em casa, em São Paulo, e trabalha na finalização do próximo livro. “Tem uma tese ousada que vou apresentar no curso, ela está no meu próximo livro e é sobre literatura francesa, Emmanuel Marcon, literatura brasileira, Jair Bolsonaro“, adianta o escritor.
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