Diversão e Arte

Celeiro da música instrumental

A Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello tem 1.000 alunos e 25 professores. Talentos se tornaram mestres

Correio Braziliense
postado em 11/03/2020 04:09
Léo Benon  é um dos ex-alunos da Escola de Choro Raphael Rabello que se tornou professor




Desde que foi criada, em 1997, a Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello transformou-se num dos principais centros de formação de instrumentistas em Brasília. Vários deles têm se destacado na cena musical da cidade, como integrantes de grupos e conjuntos regionais. Há inclusive os que, posteriormente, se tornaram professores da instituição.

“O choro é considerado o gênero musical que expressa de forma mais rica e autêntica a música instrumental brasileira. A Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello trabalha formando músicos para manter vivo e divulgar o legado de mestres como Pixinguinha, Garoto, Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo e Pernambuco do Pandeiro, entre outros”, ressalta Henrique Santos Filho, o Reco do Bandolim, presidente do Clube do Choro.

É no âmbito do clube que funciona a Escola de Choro, em instalações — salas de aula e de ensaios — numa área anexa ao Espaço Cultural do Choro, prédio originário de projeto do genial arquiteto Oscar Niemeyer, no Eixo Monumental. Interrompidas no período de férias, as aulas foram retomadas há duas semanas. Os mil alunos matriculados recebem ensinamentos de 25 professores, nos períodos matutino, vespertino e noturno.

Do currículo da escola, constam as seguintes disciplinas: bandolim, cavaquinho, violão, violino, viola caipira, flauta, clarineta, saxofone, gaita, acordeon, pandeiro, percussão, teoria musical, musicalização infantil e prática de conjuntos. Eventualmente, são oferecidas oficinas ministradas por consagrados músicos brasileiros. No primeiro sábado do mês, a partir das 10h, ocorre uma grande roda de choro, na área externa do Clube do Choro, com a participação dos alunos.


Coordenador

Hamilton de Holanda, hoje, bandolinista celebrado nacional e internacionalmente, foi o primeiro coordenador da Escola de Choro, função já exercida também por Everaldo Pinheiro, Henrique Neto, Pablo Fagundes e Fernando César. Esse último voltou a ocupar o cargo neste ano. “O trabalho desenvolvido na escola é recompensador, pois permite aos professores contribuir para a formação de novos músicos”, comenta o violonista que lidera um conjunto regional e integra o grupo Choro Livre.

Márcio Marinho, Leó Benon e Wilian Ribeiro (cavaquinistas), Danilo Martins e George Costa (violonista) Júnior Viegas (pandeirista) e Rafael Alabarce (gaitista) são ex-alunos que se tornaram professores da Escola de Choro. “Fui aluno da primeira turma de cavaquinho da escola, tendo como professores Evandro Barcellos e Jorge Cardoso”, lembra Benon. “Atualmente, sou professor de oito turmas, num total de 40 alunos, na faixa etária do oito a 70 anos, o que me enche de orgulho”, acrescenta.

Uma das alunas de Benon é Jéssica Carvalho, 27 anos. Ela diz que, além da técnica instrumental, conseguiu com o curso aprimoramento musical, noções de improviso e de performance no palco. “Para mim, as aulas recebidas na Escola de Choro me deram a base necessária para integrar o Choro Delas, grupo do qual faço parte desde 2017”, frisa.




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