Há 10 anos, Leandro Morais acabara de chegar à capital, vindo de Salvador, quando foi convidado por músicos brasilienses para se juntar a eles num grupo recém-formado, o Praga de Baiano. Ele, graduado em composição pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), além da voz e do violão, trouxe para o grupo a energia soteropolitana.
Leandro, ao se juntar a Cris Floresta (vocal), Marcelo Lima (bandolim e guitarra baiana), Fernando Rodrigues (baixo) e Thiago Cunha (bateria), substituiria o vocalista que logo nos primeiros ensaios deixou de marcar presença. “Recém-chegado a Brasília, logo me integrei a esta turma, com a qual, desde então venho dividindo o palco e as salas de ensaio, para cultuar a música feita na Bahia”, celebra.
O Praga de Baiano, que se apresenta amanhã, às 21h, no Espaço Cultural do Choro, ao surgir na cena musical da cidade, tinha como proposta fazer releitura do Acabou chorare, o mítico LP de os Novos Baianos, e outros discos do repertório do grupo. E levou isso adiante até pouco tempo. Hoje, o trabalho da banda é mais abrangente e focaliza a obra de mestres da música baiana, entre eles, Dorival Caymmi, Raul Seixas, João Gilberto, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Gerônimo.
“Fazer o repertório dos Novos Baianos foi algo difícil. Uma coisa é ouvir e curtir as músicas deles, e outra é tocar. Reproduzir o violão de Moraes Moreira, com toda aquela sofisticação harmônica, era e é uma barra pesada”, comenta Leandro. “Tínhamos e temos muito respeito pela obra desse icônico grupo”, acrescenta.
Encontro
Um mês depois do início dos ensaios, o Praga de Baiano subiu ao palco para o primeiro show. Após outras apresentações, em 7 de outubro de 2011, tiveram um encontro com Paulinho Boca de Cantor, na Universidade de Brasília. “Fomos convidados para tocar na Semana Paulo Freire, na UnB, evento que contou com a participação de Paulinho Boca de Cantor, Luiz Galvão, Charles Negrita e Gato Félix, integrantes da formação original dos Novos Baianos”, lembra.
Leandro acrescenta: “O Paulinho foi nos assistir e, antes de começarmos a tocar, ele nos perguntou ‘Vocês tocam Novos Baianos mesmo?’ A resposta foi dada no palco. Pelo visto, ele gostou do que ouviu, decidiu tomar parte no show, cantando comigo, e Cris, oito músicas, o que, para o Praga de Baiano, foi uma honra”.
Em 2014, o cantor fez duas apresentações em Salvador, no Teatro Gamboa e na Casa da Mãe, no Rio Vermelho. “Nesses dois shows, mostrei meu trabalho autoral, acompanhado pelos músicos do Praga de Baiano e houve a participação do baixista Didi Gomes, outro integrante dos Novos Baianos”, conta. Leandro. “No ano passado, tivemos Paulinho Boca de Cantor e Gerônimo Santana como convidados em shows que a banda fez no Espaço Cultural Canteiro Central do Setor Comercial Sul”, complementa.
Mas já há algum tempo o Praga de Baiano desenvolve um trabalho mais abrangente, embora mantenha o foco no universo da música baiana. “No último sábado, participamos do carnaval brasiliense como o bloco Balbúrdia e tocamos, inclusive, sucessos de Mercury, Olodum e de outros artistas que brilhar am na folia em Salvador”, frisa.
Para o show de amanhã, quando retorna ao palco do Espaço Cultural do Choro, o Praga de Baiano preparou um repertório que inclui Back in Bahia (Gilberto Gil), Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu (Caetano Veloso), Tô (Tom Zé), É d’Oxum, Eu sou negão e Lambada da delícia (Gerônimo Santana). Mas, obviamente, não faltarão clássico dos Novos Baianos como Acabou chorare, Brasil pandeiro, Mistério do planeta e Preta Pretinha.
“Fazer o repertório dos Novos Baianos foi algo difícil. Uma coisa é ouvir e curtir as músicas deles, e outra é tocar
Leandro Morais, vocalista do grupo Praga de Baiano
Praga de Baiano
Show da banda amanhã, às 21h, no Espaço Cultural do Choro (Eixo Monumental, ao lado do Centro de Convenções Ulysses Guimarães). Ingressos: R$ 40 e R$ 20 (meia para estudante). Não recomendado
para menores de 14 anos. Informações: 3224-0599