Diversão e Arte

O mundo de olho em Hollywood

A cerimônia da 92ª edição do Oscar promete quebrar a sonolência de premiações recentes: há apostas diversas para melhor filme, categoria em que o longa 1917 é dos mais badalados





Quatro dos nove principais filmes indicados na 92ª edição do Oscar concentram 41 indicações. Hollywood será palco de um duelo de gigantes. A audiência em todo o planeta deve ultrapassar a 29 milhões de espectadores. O Brasil, este ano, está no páreo, com as participações de Petra Costa e, indiretamente, de Fernando Meirelles (leia quadro).

Na briga entre os longas, 1917 é aposta quase certa para a consagração final. O filme do britânico Sam Mendes venceu o Globo de Ouro, o Bafta e premiações específicas de sindicatos. Mas O irlandês, de Martin Scorsese; e Era uma vez em... Hollywood, de Quentin Tarantino têm chances.


O pacifista Jojo Rabbit pode levar a categoria de roteiro adaptado, desbancando a quarta versão para Adoráveis mulheres (numa recriação de Greta Gerwig), um símbolo moderno de cinema feminista. Vale lembrar que é recorde a indicação de 64 mulheres (33%) este ano. Presente no longa de Gerwig, Laura Dern deve vencer, na categoria de atriz coadjuvante: mas, por outro filme — História de um casamento.

Críticos

Entre os diretores, a disputa também é acirrada: Sam Mendes, Martin Scorsese e Quentin Tarantino estão na dianteira no gosto dos críticos. Correm por fora Todd Phillips (do fenômeno Coringa) e o sul-coreano Bong Joon Ho, que cravou seis indicações para um filme estrangeiro (Parasita). O filme é o sexto da história a figurar como indicado a filme e produção em língua estrangeira. Todos os outros cinco venceram apenas na última categoria. Para roteiro original, Tarantino e Bong Joon disputam cabeça a cabeça.


A categoria dos atores tem tudo para confirmar nomes: Joaquin Phoenix (Coringa), numa das mais comentadas interpretações da temporada, dificilmente perderá. Ao lado dele, a atriz Renée Zellweger tem o considerável respaldo de dar voz à outra artista: ela personifica Judy Garland, na telona. Deve levar como melhor atriz, a exemplo do que aconteceu, no passado, com Barbra Streisand, Liza Minnelli e Emma Stone: todas elogiadas como atrizes-cantoras.

O Oscar 2020, que tem na lista a segunda mais jovem concorrente na categoria melhor atriz (Saoirse Ronan), traz uma artilharia de pesos pesados: com veteranos alinhados na categoria de ator coadjuvante. Ainda que Brad Pitt seja o virtual vencedor (por Era uma vez em... Hollywood), há Joe Pesci, Anthony Hopkins, Tom Hanks e Al Pacino.



Entre 40 apresentadores,  na noite de hoje , figuram







Toque brasileiro 






O Oscar desta edição reservou lugar para um filme brasileiro, que vem repleto de polêmica: a diretora Petra Costa foi destacada para competir com o documentário Democracia em vertigem. A produção traz um painel pessoal sobre o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rosseff. Petra entra em campo contra os títulos For Sama e The cave, ambos bastante cotados para vencer.

De modo indireto, Fernando Meirelles é outro brasileiro que brilha nos bastidores de Dois papas, filme indicado para três estatuetas. Há 16 anos, Meirelles disputou a categoria de melhor direção, com Cidade de Deus. Repleto de adendos de Meirelles, o roteiro de Dois papas (assinado por Anthony McCarten) é candidato ao Oscar, mesmo caso dos atores da produção Jonathan Pryce e o coadjuvante Anthony Hopkins.

O histórico de brasileiros presentes em filmes contemplados por indicações ao Oscar não é pequeno. Na lista há fitas como O pagador de promessas, O que é isso, companheiro?, O quatrilho e Central do Brasil (esse, com o brilho de Fernanda Montenegro).