A convite do embaixador do Brasil na Itália, a capital Roma foi a décima cidade escolhida para receber a exposição , que estreia em 6 de fevereiro no Palácio Pamphilj. A mostra é uma homenagem aos 60 anos de Brasília, a serem comemorados em 21 de abril. Além disso, neste ano, completam-se, seis décadas que Juscelino Kubitschek adquiriu o palácio em Roma, “cidade irmã” da capital federal.
A celebração do aniversário de Brasília, em sintonia com as artes visuais, aprofunda a saga da , desde a elaboração de projetos desenhados à edificação de monumentos conceituais. Construída em apenas 1.256 dias, a partir do zero, a nova capital do Brasil foi a primeira cidade a ser criada no século 20 que tem o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela Unesco. “A realização desta exposição proporcionou a descoberta de vários segmentos e cada peça exposta tem um valor histórico e emocional que tentamos transmitir ao visitante”, afirma a curadora da mostra, Danielle Athayde.
A proposta da exposição é que o visitante possa imergir na história. Desta forma, entender, a fundo, os mandos de Lucio Costa e Oscar Niemeyer para a elaboração de um novo conceito modernista: os projetos arquitetônicos dos criadores eram, em 1956, diferentes de todos os já vistos anteriormente. Por isso, Brasília é, então, considerada, até hoje, protagonista de uma identidade urbanística autêntica.
A mostra reúne, pelo menos, 300 obras que ilustram o impacto histórico da capital federal, em âmbito social, político e artístico. No projeto, serão expostos retratos de fotógrafos que acompanharam de perto a construção da cidade. Entre eles, estão: Marcel Gautherot, Peter Scheier, Mário Fontenelle, Jesco Puttkamer.
A realidade representada na exposição poderá ser observada pelo público, a partir, também, do ponto de vista contemporâneo de artistas renomados como Alex Flemming, Naura Timm, Galeno e Fabio Colombini. Serão apresentados vídeos, projeções e obras de arte que aproximem o visitante à raiz da urbanização. Além disso, Danielle Athayde conta que escolheu, para melhor significar a memória da cidade, o acervo Coleção Brasília, preparado pelo casal pioneiro da cidade, Domício e Izolete Pereira.
Com obras de Lucio Costa, Oscar Niemeyer, JK, Maria Martins, Athos Bulcão, Bruno Giorgi, Alfredo Ceschiatti e Marianne Peretti, a coletânea é um verdadeiro museu preservado. “Vejo a construção de Brasília como uma forma de afirmar a identidade do país, por meio de um projeto arrojado e funcional”, comenta a curadora ao Correio. Como parte essencial para concretizar o esboço da nova capital, os candangos que, por tanto trabalharem em obras, foram reverenciados, também, em Da utopia à realidade. “Fizemos uma homenagem aos mais de 60 mil trabalhadores que vieram para Brasília com o sonho de uma vida e de um país melhor”, diz Danielle.
Desta forma, na exposição, será exibido o estudo Os guerreiros, de Bruno Giorgi. Segundo a curadora, a busca de conteúdos para o evento durou, em média, dois anos. Porém, ela reitera ainda que “é um movimento que nunca para e sempre há novas informações que podem se transformar numa bela história dentro da exposição”. À vista disso, artistas puderam integrar e agregar valor à arquitetura, ao urbanismo e paisagismo em admiração à concepção de Niemeyer e Lucio Costa.
*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco