O sertanejo é o ritmo brasileiro que mais se renova. Anualmente novos nomes aparecem no cenário. E mais do que surgir na cena, muitos se destacam figurando na lista de músicas mais ouvidas nas rádios e nos serviços de streaming. Entre o fim do ano passado e o início de 2020, duas duplas começaram a chamar a atenção aparecendo nas primeiras posições e depois permanecendo entre as 10 mais executadas, segundo o ranking da Crowley; são elas: Diego & Arnaldo e Guilherme & Benuto.
De Ribeirão Preto, interior de São Paulo, Diego & Arnaldo estão juntos como dupla há quatro anos, quando lançaram o projeto Do jeito que nóis gosta, que, em 2018, ganhou uma segunda parte. No ano passado divulgaram Ao vivo em Goiânia e mais outro projeto Moagem acústico, com os volumes 1 e 2, materiais que projetaram a dupla.
A música que colocou os sertanejos nas paradas foi Relógio parado, canção que mistura a batida da música sertaneja com a eletrônica. “A gente sempre procurou inovar e fazer coisas diferentes do mercado. Gravamos um DVD de voz e violão, nos moldes de Bruno & Marrone e Edson & Hudson. Depois buscamos novos ares e tivemos a ideia de gravar Relógio parado num formato mais eletrônico. Graças a Deus a gente acertou”, comenta Arnaldo, em entrevista ao Correio.
Desde o ano passado, Relógio parado se reveza entre as primeiras colocadas nas rádios. No Spotify, a faixa tem 23 milhões de audições, enquanto no YouTube o número é de mais de 37 milhões de visualizações. Sucesso esse que a dupla credita à inovação do trabalho. “Na verdade, somos do sertanejo na essência. Mas nada impede de flertar com outros ritmos. A gente é da seguinte concepção, música boa é música boa, independente do ritmo. Mas a priori nossa linha é o sertanejo mesmo”, completa.
Para 2020, a dupla pretende trabalhar músicas dos materiais lançados no ano passado, além disso, devem lançar novos trabalhos. A agenda está cheia, com shows previstos até dezembro. Existe uma intenção dos artistas de passarem por Brasília no segundo semestre, já que, em 2019, fizeram o lançamento do DVD por aqui.
Nova fase
Três batidas é outro hit que se destaca na música sertaneja e tem colocado os irmãos Guilherme & Benuto no radar. No YouTube, a faixa tem mais de 64 milhões de visualizações, enquanto no Spotify são mais de 46 milhões de audições no streaming. Assim como Relógio parado, a música aparece constantemente na lista da Crowley, que leva em consideração as mais executadas nas rádios.
Lançada no ano passado, a canção foi impulsionada por Flor que se cheira, faixa do projeto Amando, bebendo e sofrendo, que tem sido lançado em formato de EP, e que apresentou a dupla. Três batidas apareceu como um single isolado do álbum e foi muito bem. “Acho que ela fez tanto sucesso porque era uma música interativa. Quando a gente compôs, foi para a galera interagir. Então, isso marca, tanto para a criança quanto para o adulto. O lance das três batidas, as pessoas sentem vontade de interagir, seja na mesa, seja com a mão”, comenta Benuto.
“O outro é que é uma história cômica. O cara está sofrendo, mas o lance de o bandido assaltar e falar das bebidas acaba deixando uma sofrência engraçada”, completa fazendo referência ao trecho da canção que diz: “Três batidas no meu vidro/ Quando vi, era um bandido/ Falou, perdeu, eu disse, eu perdi mesmo/ Mas foi o grande amor da minha vida/ Só leva o carro e deixa as bebidas”.
Apesar da projeção no ano passado, Guilherme e Benuto estão no mundo da música desde a adolescência. Com 12 anos, eles já tocavam em grupos. Ao lado da irmã Emy, fizeram parte do grupo Villa Baggage, projeto que os fez começar a compor. “Veio pela necessidade de ter músicas próprias nos projetos. Música sempre foi algo difícil de encontrar no mercado, o que acabou forçando a gente a compor”, lembra Benuto. Assim, vieram sucessos nas vozes de outros intérpretes, como Pergunta boba (Jorge & Mateus), Com você (Felipe Araújo), Até Deus duvida (Guilherme & Santiago), Traição à queima roupa (Cristiano Araújo) e Afrouxa essa gravata (Marília Mendonça).
Desde o ano passado, os irmãos encerram o projeto e decidiram seguir como dupla, enquanto Emy partiu, neste ano, para a carreira solo. O primeiro trabalho como dupla é Amando, bebendo e sofrendo, que ganhou mais um EP neste ano. A quarta parte conta com Tiro de festim, gravada com participação de Jorge, da dupla com Mateus. “A gente optou por dividir justamente pela questão das pessoas hoje terem uma enxurrada de lançamentos quase toda semana, e a gente entende hoje que o fã e o público do sertanejo, do funk e do pagode, acabam escutando um pouco de tudo. Então, para a gente conseguir que as pessoas assimilassem melhor o repertório do DVD, resolvemos separar em EPs de quatro ou cinco faixas. É bem provável que a gente siga essa estratégia para o outro DVD”, completa o cantor.