Juscelino Kubitschek
Agora é hora de agradecer!
Muitas história para contar. Muitas lembranças e recordações, como as que eu tive da minha infância, quando assistia ao entusiasmo de meu pai, que sempre acreditou que o grande estadista JK realizaria mesmo o seu grande sonho, de transferir a capital do Brasil para o interior do país.
O tempo passou, a fé aumentou, as pessoas cada vez mais acreditaram ; e desejaram que tudo aquilo acontecesse ; em nome de um futuro promissor, progressista e desenvolvido.
E nós, lá no Triângulo Mineiro, mineiros como o presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, cada vez víamos crescer, em cada um, a esperança de ver surgir e crescer uma nova capital, que abriria os horizontes, geraria milhões e milhões de empregos, instalação de indústrias, de estradas, tanto de rodagem quanto ferrovias, e a abertura do mercado para o resto mundo, espantado com o arrojo e o idealismo do nosso presidente.
Deu no que deu. Em 21 de abril de 1960, meu pai sonhador e seus amigos fretaram um avião e, bem cedo, vieram prestigiar e presenciar a realização do sonho de seu ídolo. Não sem antes virar noites e noites na redação do jornal A Gazeta do Triângulo, do qual ele era diretor, acumulando as funções de promotor público da cidade.
O resultado aí está. O jornal, que meu pai tinha transformado em diário, já pensando no que estava por vir, chegou a Brasília junto com a comitiva araguarina que veio marcar presença em data tão histórica e significativa para o país. Com mais de 10 páginas, lá estava contada a história de amor e fé daqueles mineiros que acreditavam e torciam pelo seu conterrâneo.
Foi, então, que Geraldo Vieira, grande fotógrafo e também entusiasta da criação da nova capital, registrou todos os lances da inauguração e, entre eles, o índio Xavante que recebeu de meu pai o número comemorativo e histórico da inauguração de Brasília, o que foi feito com todos os presentes na festa de inauguração, inclusive JK. (foto 1).
A partir do dia 1; de janeiro de 2020, começamos a abrir nossos corações e aguçar a nossa criatividade para, com o mesmo entusiasmo daquele começo, vermos chegar a alvorada dos 60 anos de Brasília.
Por isso precisamos, mais do que nunca, reverenciar todos aqueles candangos pioneiros que, acreditando numa realidade sonhada, precisavam arregaçar as mangas, até deixar as suas famílias em sua terra e, de peito aberto, vir colocar aqui o resultado de seu suor, de sua saudade e da vontade de ver tudo dando certo e se realizando dentro do prazo previsto e preconizado por JK.
Precisamos pensar nesses pioneiros que podem assistir a uma data tão importante com respeito, carinho e entusiasmo.
A eles devemos cada metro quadrado desta cidade, cada quilômetro de asfalto, cada tijolo ou coluna de concreto, erguidos em cada edificação, cada praça, cada monumento.
E, para ser e dar exemplo começo aqui, nesta página de véspera de Natal, a minha mais calorosa e sincera homenagem a essas pessoas, homens e mulheres, que para aqui vieram e plantaram a sua esperança, que hoje tem a mais profunda raiz.
Para abraçar a cada um, que tem o privilégio de estar vivendo e vendo uma Brasília sexagenária, escolhi um dos mais dedicados companheiros e fiel escudeiro de Juscelino Kubitschek, o coronel Affonso Heliodoro dos Santos (foto 2) que, aos 103 anos de lembranças e dedicação, nos deixou em 20 de outubro de 2018.
Por meio dele e enaltecendo toda a sua dedicação, idealismo, companheirismo e fé no criador de Brasília, levo minha admiração, reconhecimento e respeito a todos aqueles que, desde a mais simples tarefa até a mais custosa das empreitadas construíram, com suas mãos calejadas, esta Brasília que tanto nos orgulha e que escolhemos para ser o berço de nossos filhos e netos.
Salve, Brasília sexagenária!
Salve, todos os pioneiros!
Salve, aqueles que deram suas vidas para que o sonho do estadista JK pudesse se tornar realidade.
Salve, Deus, que nos concedeu a graça de conhecer e admirar pessoas como esses pioneiros. Esta cidade é sua.
Jane Godoy