Logo na entrada, luzes de led coloridas anunciam o tom moderno que ganhou o subsolo do Estádio Nacional Mané Garrincha a partir da ocupação Pavilhão Luz. À medida que o público chega ao evento, se depara com mais estruturas luminosas e instalações artísticas assinadas por Sandro Biondo, Gurulino, Douglas Viana, Daniel Banda, MH Cenografia, Gabriel Amaral, Coletivo Limbo, VJ Boca, VJ Artur Pessoa e VJ Laura Campestrini.
Piscina de bolinha com balanço; um manequim brilhoso; um boneco construído a partir de lâmpadas de todo tipo; um Gurgel neon feito de sucatas, tecidos recicláveis e tintas à base d;água são algumas das instalações que o público encontra no espaço. Não demora muito para que filas se formem e, mesmo no decorrer dos shows, os brasilienses parem para tirar fotos e compartilhar o universo artístico, colorido e luminoso do Pavilhão nas redes sociais.
;A nossa ideia era que o pavilhão não fosse só um evento cenográfico, e uma das propostas era trazer luz para onde não tem luz. Dentro desse conceito, decidimos convidar artistas locais e parceiros para que explorassem a luz nos trabalhos, uns usando pela primeira vez, outros não;, detalha Patrícia Araújo, diretora de produção da Influenza Produções, responsável pelo projeto.
Aos artistas foi dada toda a liberdade para criar e explorar o conceito da luminosidade e da música. ;A intenção era que eles trouxessem uma arte com significado, então foi muito interessante ver como exploraram a questão da sustentabilidade, da reutilização de materiais, a influência com a música;, comenta Patrícia. Até estruturas da montagem que não seriam utilizadas ganhou outra vida pelas mãos dos artistas.
;É muito gratificante para nós ver que as pessoas estão indo para curtir a festa e observar o espaço como lugar de arte. É uma valorização tanto do lugar quanto do artista. Acaba que o evento ganhou vários pontos ;instagramáveis;, e isso gerou uma interação do público do início ao fim, além de divulgar toda uma cadeia de trabalho que está envolvida;, acrescenta a diretora.
A ideia de unir arte ao entretenimento tem começado a aparecer com mais frequência nos eventos da cidade, sobretudo, nos festivais. Usando temas ou não, as produtoras recorrem ao conjunto imagético não apenas como cenografia e ambientação, mas como forma de revelar o trabalho de artistas da cidade.
;Essas instalações do Pavilhão Luz, eu vejo como consequências do trabalho que venho fazendo com a Mimosa e, depois, com o Ocupa na Piscina de Ondas, de levar a arte para o lugar da festa. No Brasil, infelizmente, as pessoas não têm o hábito de frequentar museus, então por que não levar o artista até o público? É uma forma de fazer com que o artista continue tendo a sua obra sendo vista, e ele tem que estar onde o povo está. Além de ampliar o mercado para artistas e cenógrafos;, afirma o cenógrafo e artista plástico Sandro Biondo. No evento, ele tem quatro obras. Todas têm a música como inspiração, dialogam com o ambiente e foram feitas a partir de materiais ressignificados.