Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Xangai retorna aos palcos da capital para shows no Teatro dos Bancários

O cantor e violeiro tem no repertório canções de grandes mestres da cultura nordestina como Jackson do Pandeiro e Jacinto Silva

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Mesmo num tempo em que gravar e lançar disco é algo quase em desuso, Eugênio Avelino, o Xangai, não abre mão de ir para o estúdio e registrar suas composições e as de outros artistas por quem tem admiração. Até porque, ele vê necessidade de contribuir para que a qualidade da música popular brasileira seja preservada.

;Quem prestar atenção, vai perceber que a produção musical de grande valor artístico se mantém em várias partes do país. Se as pessoas não tomam conhecimento, é porque o que vem sendo feito, inclusive pelas novas gerações, não é mostrado pela grande mídia;, afirma. ;Por razões comerciais, opta-se pelo que eu me recuso escutar;.

Xangai, que nesta quarta e quinta-feira, às 21h, faz show no Teatro dos Bancários, tendo como convidado o multi-instrumentista cearense Ocello Mendonça, está envolvido atualmente com dois projetos, que pretende levar a público em 2020. São dois CDs com diferentes propostas ; ambos em fase de pré-produção.

Em um interpretará canções românticas de compositores como Adelino Moreira (Deus do asfalto e Doidivana), Waldick Soriano (Tortura de amor), Sérgio Sampaio (Nem assim), e do venezuelano Simon Dias (Luna de Maragarita), entre outros. ;Busco me beneficiar de obras alheias de beleza inusitada. As que vou gravar nesse CD devem ser vistas assim;.

O outro, de acordo com Xangai, trará criações de mestres da cultura nordestina, entre eles Jackson do Pandeiro e Jacinto Silva. ;Estou sempre futucando, em busca de algo que, mesmo pertencendo ao acervo de mestres da nossa música, acabam não se tornado tão conhecidas. Cantiga do sapo, Chiclete com banana e Forró em Limoeiro, de Jackson do Pandeiro são clássicos, mas pouca gente teve acesso, por exemplo, ao pastoril Lapinha de Jerusalém;, comenta.

No show que o traz de volta à capital, o cantor nascido na região do Vale do Jequitinhonha (MG) e criado em Vitória da Coquista (BA), fará uma espécie de revisão de sua carreira artística, iniciada, há mais de 40 anos. Várias das músicas que revisitará foram registradas no álbum Xangai, de produção independente, lançado há quatro anos. ;Com esse disco, conquistei o Prêmio da Música Brasileira, de 2016, na categoria regional, que tinha Renato Teixeira e Sérgio Reis como concorrentes;, conta.

;Para mim, sempre é um grande prazer retornar a Brasília;, onde venho cantar desde o final da década de 1970. Aqui, tenho muitos amigos, pessoas que acompanham minha trajetória praticamente desde o começo;, conta. ;Já fiz show no Teatro Nacional, no Teatro da Escola Parque, na Sala Funarte, no Feitiço Mineiro e em outros locais. Agora, estarei no Teatro dos Bancários, outro palco que me traz boas recordações;, lembra.


Xangai
Show de voz e violão do cantor e compositor nesta quarta (11/12) e quinta-feira (12/12), às 21h, no Teatro dos Bancários (Entrequadra 314/315 Sul), com a participação do multi-instrumentista Ocello Mendonça. Ingressos: R$ 50 (valor referente à meia-entrada). Classificação indicativa livre.