Diversão e Arte

Marcos Palmeira e Lorena Comparato falam de Nelson Rodrigues no Festival

Os atores estão no longa 'Boca de ouro', exibido na mostra Hors-Concours do 52º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

ROBERTA PINHEIRO
Roberta Pinheiro
postado em 24/11/2019 22:14

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Adaptação de texto de Nelson Rodrigues, Boca de ouro, com direção de Daniel Filho, foi exibido na tarde deste domingo (24/11) na mostra Hors-Concours do 52; Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Na tela, Marcos Palmeira e Lorena Comparato vivem a história do bandido mitológico. Tanto a exibição quanto o debate com o público sobre o filme ajudam a mostrar a atualidade da dramaturgia de Nelson Rodrigues.

;Sinto que é um retrato de uma época e assistindo hoje, sinto um incomodo muito grande. Situações que me sinto angustiada, agressão, assédio. Vejo esse filme em um lugar hoje como um contraste. Ao mesmo tempo, acho que é uma dramaturgia poderosa do feminino;, diz Lorena Comparato, ao refletir sobre a questão do machismo presente na obra de Nelson Rodrigues e do feminismo contemporâneo.

Essa foi a primeira vez da atriz no Festival de Brasília. ;Sou apaixonada pela cidade e fico muito feliz de vir pra cá. Uma honra estar aqui, quanto mais festivais tivermos, ver gente falar de arte, questionando, acho que isso que importa, a arte gera discussão e conversa;, Lorena.

Marcos Palmeira, protagonista do longa, comenta sobre como o filme permeia diferentes aspectos do ser humano e dos contextos atuais. ;Estou feliz por trazer todas essas reflexões;, diz. ;As pessoas têm dificuldades de entender aquilo que incomoda e Nelson Rodrigues incomoda porque fala de coisas que são nossas. Mesquinharias, machismo, homofobia e ele traz de maneira brilhante na dramaturgia;.

Palmeira já esteve no Festival algumas vezes e dividiu, em 1997, o prêmio de melhor ator em Anahy de las missiones com Ernesto Piccolo, por Como ser solteiro. ;Tenho grandes lembranças desse festival, de momentos mágicos. Poder estar hoje aqui, na capital federal, mostrando a cultura. Quanto mais eles tentam amarrar a cultura, mais asas a gente cria;.

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