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Num primeiro momento, ansioso pela exibição do filme Piedade, Matheus Nachtergaele passou da euforia ; natural para alguém integrado a projeto acalentado por mais de três anos ; a um reflexivo momento melancólico. O longa foi exibido na noite deste sábado (23/11) durante a abertura da mostra competitiva do 52; Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
Ele desabafou a consternação, em meio a sucessão de entrevistas durante a pós-exibição do filme assinado por Claudio Assis. Antes, sublinhava o conteúdo da fita: ;O Brasil precisa deixar de ser colônia, em algum momento. Temos que deixar de ser um negócio, em meio a grupos poderosos. O Brasil quer, na verdade, ser um lar;.
Tratando das consequências incontornáveis na alteração da paisagem natural de Praia da Saudade, o longa, na opinião do ator, vem com teor de presságio. "Não havia acontecido a última eleição, e gente estava antenado. Retratamos a caminhada do capitalismo exploratório que parte para cima de todos. Tratamos do avanço do ultracapitalismo, representado pela indústria petroleira, ainda antes do vazamento de óleo nas praias brasileiras".
Nachtergaele assume ter uma história de amor com o diretor Claudio Assis e a trupe que o pernambucano sempre carrega nos filmes. "É o quinto longa de um cinema feito em grupo. Acho que nós não somos mais os mesmos, na tela ; o cinema, aliás, sempre é um passado. Segundos depois de filmar, você não é a mesma pessoa. Fundamentalmente, são as mesmas pessoas se encontrando. Pensamos sempre no que seja importante de se falar na telona", conclui.