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Adolar Gangorra, um velho ranzinza, que não gosta de nada e se expressa de maneira antiquada, é um personagem fictício de um publicitário Brasiliense que prefere não se identificar, e assina uma série de textos sob este pseudônimo.
Por volta dos anos 2000, em tempos primitivos da internet, o velho ranheta, que começou publicando em fanzines, ganhou alguma repercussão nas redes com textos como Monica e Eduardo, no qual ele faz uma análise debochada da música, e Como me F... no Show do Los Hermanos. Como marca registrada, o humor ácido e o total desprezo pelas convenções do politamente correto.
Os textos foram vastamente replicados por e-mails e republicados por blogs, e chegou até na Fernanda Torres, por indicação de Evandro Mesquita. Na ocasião, a atriz publicou uma nota no jornal dizendo que gostaria de conhecer o autor do texto, que ninguém sabia quem era.
Anos depois, Adolar Gangorra, que é acompanhado de perto por seus seguidores no seu blogspot, volta a cena com o lançamento de seu primeiro livro, Como tenho certeza absoluta de como o mundo deveria ser, publicado pela editora Tagore com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC).
O lançamento será nesta terça-feira (5/11), no Carpe Diem (104 Sul), a partir das 19h, com entrada franca. O evento pode, ou não, contar com a presença do autor, que afirma odiar tais rituais sociais. De qualquer forma, será difícil reconhecê-lo sem o balde amarelo na cabeça, marca registrada do personagem.
"Eu criei esse personagem, justamente, porqeu eu não gosto de aparecer. Não tenho a menor intenção de me tornar celebridade. Fiz o lançamento porque o FAC Exige, mas acho esse negócio de dar autógrafo um saco", afirmou o escritor em entrevista ao Correio Braziliense.