postado em 11/10/2019 15:53
Essa gente, sexto romance de Chico Buarque, já está em pré-venda no site da Amazon e tem lançamento marcado para 14 de novembro. O livro é o primeiro do cantor e escritor após ganhar o Prêmio Camões e um trecho da obra, narrado pela poeta Marília Garcia, foi disponibilizado no Spotify.
[SAIBAMAIS]Essa gente (Companhia das Letras, R$ 49,90) faz analogia com o Brasil atual ao mesmo tempo que esbarra em momentos da biografia de Chico Buarque. O protagonista Manuel Duarte é um escritor com bloqueio criativo que enfrenta momentos difíceis: nada vai bem para ele, nem no lado profissional, nem no emocional. Além de não conseguir embarcar em uma nova narrativa, o personagem vê seus relacionamentos se diluírem.
;Essa gente é, entre os romances de Chico, o mais áspero e possivelmente o mais enigmático. A história contada em forma de pequenos capítulos de diário, quase todos datados de um passado tão recente que se pode chamar de atualidade, é mais um de seus quebra-cabeças narrativos com fumaças de literatura policial;, afirma Sérgio Rodrigues, em texto de apresentação do romance. "(...) a chapa quente carioca compartilhada pela classe média alta do Leblon e pela mistura de classe média baixa, pobreza e miséria da vizinha favela do Vidigal. Terminada a leitura, o livro nos intima a virá-lo do avesso, transformando fundo em forma e desviando os olhos da história para a História", continua Rodrigues, que cita ainda a violência policial, o espancamento gratuito de mendigos, o bullying sofrido na escola por filhos de esquerdistas e a "falência material e moral de uma cidade" como elementos de Essa gente.
Vale lembrar
Chico Buarque ganhou o Prêmio Camões 2019 em maio. A premiação é a maior da literatura em língua portuguesa realizada pelos governos do Brasil e de Portugal. Na última quarta-feira (9/10), após o presidente Jair Bolsonaro afirmar que só assinaria o diploma do Prêmio Camões, destinado a Chico Buarque, em 31 de dezembro de 2026, o cantor e compositor se manifestou pelo Instagram. "A não assinatura do Bolsonaro no diploma é para mim um segundo prêmio Camões", publicou o músico. A assinatura do diploma é apenas uma formalidade e não impedirá que o compositor receba o prêmio.