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Diversão e Arte

Discos de Os Paralamas do Sucesso e Natiruts ganham remasterização

'Severino' (1994) e 'Natiruts' (1997) foram os álbuns escolhidos para os lançamentos


Álbuns que marcaram a história dos grupos Os Paralamas do Sucesso e Natiruts nos anos 1990 estão de volta ao mercado. A Universal Music resolveu lançar versões remasterizadas ; em que o material original passa por um processo de limpeza corrigindo imperfeições ; de Severino, de 1994, disco experimental da banda carioca, e de Natiruts, primeiro lançamento da carreira do grupo de reggae brasiliense. Os dois estão disponíveis nas plataformas digitais e também ganharam versões físicas em vinil para colecionadores.

A versão remasterizada de Severino chega no ano em que o álbum completa 25 anos. ;Fazer esse resgate é muito interessante e uma oportunidade para as novas gerações conhecerem a gente, e o que a gente fez;, afirma Bi Ribeiro, baixista da banda Os Paralamas do Sucesso. O material é o sétimo disco de estúdio do grupo e é um marco na trajetória do trio, por ser diferente de tudo que eles já haviam lançado. Isso porque a banda resolveu abraçar o experimentalismo. ;É um disco muito conceitual, que trazia experiências, coisas mais ousadas, que não eram muito pertinentes com a música pop da época nem do que se ouvia no rádio;, lembra Ribeiro.

Severino contou com produção de Phil Manzanera, produtor inglês, até por isso, o disco contou com uma gravação na Inglaterra. Os integrantes da banda ficaram três meses trancados para chegar ao repertório composto por 13 faixas, tanto em português como em inglês e em espanhol. ;Lembro que ficamos agoniados com o ritmo da gravação. Estávamos acostumados a gravar em um mês. No fim das contas, ficamos muito felizes. Todas as propostas que pensamos e arriscamos deram certo;, conta.

A gravação fora do Brasil e com um produtor internacional possibilitou que Os Paralamas do Sucesso tivessem convidados especiais internacionais: o jamaicano Linton Kwesi Johnson em Navegar é preciso, que também conta com Tom Zé; e o argentino Fito Paez e o inglês Brian May, guitarrista do Queen, em El vampiro bajo el sol. ;Foi um disco muito bacana de ser feito. Temos muito orgulho mesmo;, diz, em referência as participações.

Mesmo com a internacionalização, Severino é um álbum em que o trio canta o Brasil, principalmente, o nordestino. ;Cantamos sobre a nossa vivência, a nossa história, o nosso Brasil. As indignações e os relatos são muito pertinentes ainda hoje;, completa. Um dos exemplos disso é a faixa O Rio Severino em que os artistas cantam, de certa forma, a atualidade: ;És tu Brasil, ó pátria amada, idolatrada por quem tem/ Acesso fácil a todos os teus bens/ Enquanto o resto se agarra no rosário, e sofre e reza/ À espera de um Deus que não vem;.

Hoje, 25 anos após o lançamento original, Severino recebe, pela primeira vez, reconhecimento no país. ;Foi o nosso disco que menos vendeu (no Brasil). Em compensação, a versão dele em espanhol teve um êxito no mundo latino, principalmente por conta da música Dos margaritas;, afirma Bi Ribeiro. Além disso, Severino foi o pontapé para o disco Vamo batê lata, de 1995, disco do grupo mais foi comercializado da história. O álbum seguinte foi inspirado na terceira faixa de Severino, que leva o mesmo nome do CD.
Primeiro lançamento

A banda brasiliense Natiruts lançou em 1997 o primeiro CD de forma independente. Na época, o grupo se chamava Nativus. Anos depois, quando precisou trocar o nome por conta de uma banda gaúcha adotou o título do primeiro álbum. O material foi o principal responsável de colocar o grupo de reggae em destaque no cenário musical.

Com 12 faixas (todas escritas por Alexandre Carlo), vocalista do grupo, o disco é formado por vários hits, como Liberdade pra dentro da cabeça, Presente de um beija-flor, Deixa o menino jogar e Surfista do Lago Paranoá, canções que logo foram executadas nas principais rádios brasileiras. A boa repercussão do álbum teve a ver com as letras, em que o grupo abordava questões sociais e cotidianas em uma sonoridade inspirada no reggae de Bob Marley.

Em 2019, 22 depois do lançamento, Natiruts ganhou uma remasterização, que deu origem a divulgação do álbum nas plataformas digitais e um disco duplo de vinil. Na primeira parte, o álbum é formado por Liberdade pra dentro da cabeça, Casulo e Presente de um beija-flor, no lado A; e Deixa o menino jogar, Semente nativa e Reggae de raiz, no lado B. No segundo disco, estão Som de Bob, Mano velho e Dialeto da paz, no lado A; e Cantar, Surfista do Lago Paranoá e Adeus mamãezinha, no lado B.

Severino (1994)
De Os Paralamas do Sucesso. Universal Music, 13 músicas. Preço: R$ 189,90 (vinil). Disponível nas plataformas digitais.
Natiruts (1997)
De Natiruts. Universal Music, 12 músicas. Preço: R$ 234,90(vinil duplo). Disponível nas plataformas digitais.

Discografia completa nas plataformas
Na última quinta-feira, a Sony Music digitalizou mais oito álbuns de Zé Ramalho, chegando a 22 discos do artista nas plataformas digitais. Os materiais contaram com restauração das tapes analógicos e fazem parte das ações em comemoração aos 70 anos do cantor. A celebração inclui os oito álbuns que estavam faltando (do catálogo da Sony) no streaming, e mais 16 faixas bônus originalmente gravadas em projetos diversos e discos de outros artistas.