Diversão e Arte

Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional homenageia países íbero-americanos

Concerto ocorre em comemoração aos 70 anos da OEI (Organização dos Estados Ibero-americanos)

Nahima Maciel
postado em 01/10/2019 06:41
Laimonas Salijus fez a transcrição da peça de Piazzolla que apresenta com a orquestra

Acordeon é um instrumento comum na música popular de vários países mas, vez ou outra, ele dá um salto para o lado da música erudita e encontra ali um nicho perfeito e um repertório imenso. Perfeito porque a sonoridade se adapta bem a diversas escolas e imenso porque é possível transcrever para o instrumento boa parte do repertório criado originalmente para piano e cordas. E é nisso que o acordeonista Laimonas Salijus aposta desde os 6 anos, quando começou a estudar acordeon. Nesta terça-feira (1/10), durante o Concerto ibero-americano em comemoração aos 70 anos da OEI (Organização dos Estados Ibero-americanos), ele é um dos solistas convidados da . ;O acordeon é popular na Lituânia, especialmente na música clássica. Hoje temos academias inteiras dedicadas ao acordeon clássico;, avisa o músico.

Sob regência do maestro Claudio Cohen, o lituano apresenta duas peças. A primeira é uma composição brasileira, Strambotti, de André Mehmari, escrita para acordeon, clarineta e orquestra de cordas. ;É uma música cheia de elementos de jazz. Claro, se você for analisar, vai achar muitos elementos da cultura brasileira, mas acho que é mais jazz. Mehmari é muito interessante porque ele transcreve também momentos de As quatro estações, de Vivaldi. A peça é uma colagem de várias coisas interessantes, do jazz ao clássico, e com um dueto muito incomum entre a clarineta e o acordeon;, explica Salijus, que terá a companhia, hoje, da clarinetista Paula Pires. Essa será a segunda vez que o instrumentista apresenta a peça de Mehmari, que ele classifica como ;muito inteligente; porque o compositor entende e toca o instrumento. ;Ele sabe como funciona;, brinca.

Em seguida, ele faz As quatro estações portenhas, composta pelo argentino Astor Piazzolla, originalmente, para violino. ;É uma peça muito especial mas, dessa vez, será muito interessante o arranjo, fiz eu mesmo minha transcrição para o acordeon e vai ser muito especial porque ninguém ainda tocou assim, com esse arranjo;, garante o acordeonista.

Ele acredita que, nas últimas três décadas, o acordeon passou por um renascimento e foi recolocado no palco da música erudita. ;Era um instrumento usado somente na música popular, mas estamos trabalhando duro para mudar a mentalidade e estamos tentando torná-lo um instrumento de prestígio como o piano e o violino;, avisa. ;E acho que está funcionando porque as orquestras estão tocando com a gente, acompanhamos cantores, orquestras de cordas.;

O programa inclui ainda Huapango, do mexicano José Pablo Moncayo, El sombrero de tres picos, de Manuel de Falla, e o Concerto para violoncelo n; 1 em dó maior, de Joseph Haydn. Para este último, a orquestra convidou o violoncelista Matias de Oliveira Pinto.



Concerto ibero-americano

Em comemoração aos 70 anos da OEI (Organização dos Estados Ibero-americanos). Com Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro. Hoje, às 20h, no Cine Brasília (Entrequadra Sul 106/107). Entrada franca, por ordem de chegada

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação