postado em 28/09/2019 06:00
A estética do movimento vista por diferentes ângulos e perspectivas. De um lado, os rastros, os tecidos e a marcação no papel fotográfico da magia encenada no palco. Do outro, a técnica, a sensibilidade e a vivacidade dos bailarinos da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil e sua Cia. Jovem. A Caixa Cultural Brasília recebe este fim de semana o espetáculo Gala Bolshoi e a exposição Balance ; Fotografias de Alinne Volpato para a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil.
Dividida em dois atos, a apresentação revela a potencialidade e a versatilidade dos bailarinos e convida o público para uma mistura de ritmos e sensações. No primeiro, os artistas encenam um repertório clássico e, no segundo, uma coreografia contemporânea. Números aclamados do repertório da companhia como Don Quixote e Quebra-nozes são intercalados com a dança a caráter, representada na coreografia de Gopak, e com uma dança folclórica russa, resgatando as origens da escola.
Para o segundo ato, a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil convidou a coreógrafa Cassi Abranches para remontar uma produção feita há seis anos. Inspirada no poema Ariana, a Mulher, de Vinícius de Moraes, ela coreografa o balé contemporâneo Ariana. Explorando os movimentos, o corpo de baile, formado por 20 artistas, procura a mulher Ariana, etérea, que está em todos os lugares e em diferentes formas. ;É uma coreografia forte, impactante, mas sensível ao mesmo tempo;, comenta Sylvana Albuquerque, coordenadora de produção e eventos da Escola Bolshoi.
Equilíbrio
Enquanto os bailarinos dançam emoções no palco, a fotógrafa Alinne Volpato congelou a magia em imagens. Depois de dois dias de imersão com os alunos do balé, ela produziu uma série de fotografias que fica em cartaz na Caixa até 13 de outubro. Como estudou balé, Alinne conta que, além da facilidade para conversar com os artistas, ela pode unir duas paixões.;Foi uma realização;, resume.
Nas fotos, a fotógrafa trabalhou três elementos: rastros de pó, tecido e cores. ;A ideia era mostrar a composição do movimento por meio do rastro de luz, da energia e da explosão, como o bailarino chegou naquela pose. É muito legal ver como a imagem fica na cabeça das pessoas e depois elas reconhecem no espetáculo;, comenta Alinne. A exposição se relaciona com o conceito de equilíbrio, tanto anatômico quanto estético. Desde o básico de não cair após um salto, até a harmonia em cena. ;São fatores muito ligados à dança e à fotografia;, afirma.
Sonhos
Instalada na cidade de Joinville, em Santa Catarina, desde março de 2000, a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil é a única extensão do Teatro Bolshoi no mundo. Segundo Sylvana, para a celebração dos 20 anos em 2020, a escola já prepara apresentações do Don Quixote e do Quebra-nozes com a presença de bailarinos russos.
;É notável a enorme evolução da escola. Observamos isso em dois aspectos, principalmente no alto índice de empregabilidade, que é de 73%. Temos bailarinos nas maiores companhias do Brasil e nas grandes companhias do mundo. Vemos que a nossa técnica não deixa nada a desejar;, afirma a coordenadora. Sylvana cita que formandos brasileiros estão espalhados por diferentes países como Estados Unidos, Alemanha, Áustria, Espanha, Argentina, Uruguai, entre outros. Também comenta sobre o aumento no número de pessoas interessadas em estudar na instituição. ;No ano passado, eram 121 candidatos para uma vaga;, exemplifica.
São dados como esses que mostram, na avaliação da coordenadora, a relevância do trabalho desenvolvido em Joinville e que ganha espaço em palcos país afora. ;Essa é outra das nossas funções: levar a arte para as pessoas e fomentar a dança no Brasil;, define.
Gala bolshoi, da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil
No teatro da Caixa Cultural Brasília. Hoje, às 17h e às 20h, e domingo, às 19h. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Classificação livre
Balance ; Fotografias de Alinne Volpato para a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil
Na Galeria Vitrine da Caixa Cultural Brasília. Visitação até 13 de outubro, de terça a domingo, das 9h às 21h. Classificação livre. Entrada franca