Vinícius Veloso*
postado em 15/09/2019 06:45
Uma atriz com 25 anos e um currículo com atuações nos cinemas e na televisão. Interagindo com a arte desde a infância, descobriu nos palcos de teatro que poderia explorar as características pessoais para se dedicar ao sonho de performar em produções cinematográficas.
Após iniciar a carreira com participações em campanhas publicitárias e apresentando programas para o público jovem, a atriz fez parte de séries animadas, clipes musicais e ganhou destaque ao participar de Malhação (2014). Agora, com mais experiência, Gabi Lopes fala sobre a evolução como artista ; com destaque para a atuação no novo filme nacional A mulher do meu marido e também acerca das aventuras concretas no empreendedorismo e como influencer digital. Confira a entrevista ao Correio.
Você começou a carreira muito jovem. Como foi o ingresso na vida artística?
Foi aos 8 anos de idade, timidamente, com meu primeiro book e milhares de nãos. Mas os sins que eu recebi foram muito importantes e me abriram muitas portas futuras. Eu venho estudando, plantando, me conhecendo e me apaixonando cada vez mais por essa profissão.
De quem foi o convite para estar presente neste novo filme nacional?
Eu estava em uma viagem espiritual e meu telefone tocou. O diretor de O último virgem tinha me indicado para um papel do próximo filme da LC Barreto. Eu não acreditei. Fiquei esperando ansiosamente até alguém ligar e era verdade. Fui convidada para o projeto e quando eu vi já estava no Rio na leitura com todos aqueles atores e atrizes que eu admirava tanto. Foi um sonho.
Como é a sua personagem no novo filme A mulher do meu marido? Tem conexões/paralelos com a pessoa Gabi Lopes?
Paula é muito curiosa. É a típica jovem com pulga atrás da orelha e sem boletos para pagar. Ela embarca de cabeça na aventura de se tornar detetive para descobrir sobre uma possível traição do seu pai, mas acaba descobrindo mais uma. Acho que uma conexão entre mim e Paula é a curiosidade em excesso, as vezes me sinto jornalista perguntando sobre a história, gosto de saber todos os detalhes. Acho que isso é porque nós duas somos muito mentais, gostamos de entender o porquê das coisas.
Quais os desafios de gravar um filme de comédia? É uma produção diferente da habitual?
Eu aprendi com meu professor de teatro que o maior erro de atuar em comédia é achar que tem que ser engraçado. O personagem está inserido em uma história engraçada, mesmo com sua história individual, que, às vezes, pode nem ter graça. Eu mergulhei de cabeça no contexto da família e da personagem, e desenhei uma Paula mais leve, mas, ao mesmo tempo, séria e comprometida. No caso dela, o drama se torna mais engraçado para a história.
Apesar de ter começado como atriz, sua carreira ganhou novos contornos. Por qual motivo?
Por questão de necessidade mesmo. Teve uma época na minha carreira que senti necessidade em abrir uma produtora para poder me produzir e produzir os projetos de amigos próximos. Quando vi, tinha me tornado empreendedora. Sempre senti uma necessidade em compartilhar as minhas opiniões, por isso uso as redes sociais e me tornei influenciadora. Acho que tudo vem na minha vida com leveza e naturalidade. Eu vou me tornando o que a Gabi precisa conforme o tempo passa. Sou generosa com meu espírito. Vim para aprender.
Recentemente, um lado empreendedor muito forte despertou na sua vida. O que você mantém como empreendedora? Gerir o tempo disponível é um problema?
Como empreendedora tenho a Young Republic Films, minha produtora de filmes em parceria com Daniel Tupinambá, diretor e melhor amigo. Criamos também o Young Lab, laboratório criativo e desenvolvedor de ideias e projetos. Sou sócia da The Networkers, uma casa de networking e coworking com estúdios em São Paulo e faço toda a gestão da minha carreira com uma equipe e da rede de SHOP que eu abri: Gabishop e Breshop têm venda on-line e física. Tem três anos já que levo essa vida e gosto muito. Eu faço terapias, coach e estudo muito sobre neurolinguística e gestão de tempo. Organizo-me bem e a equipe me dá todo o suporte necessário para ser capaz de fazer tudo.
Você também é influenciadora digital. Essa função acabou se tornando obrigatória para os famosos? É difícil lidar com ela?
Não diria obrigatória, diria natural. Somos todos intérpretes, comunicadores, comunicativos. A vontade de compartilhar é natural e muito bem-vinda. Às vezes, acordo querendo falar tudo, as vezes acordo silenciosa. Eu me respeito, posto menos do que gostariam, mas não me sinto escrava de conteúdo.
Existe muita diferença entre os papéis exercidos para televisão e para o cinema?
Muito! Televisão é obra aberta. Ela vai sendo escrita quase que ao mesmo tempo que sendo feita. É mais complexo para criação do personagem. Cinema você já sabe tudo que vai acontecer. É um trabalho maior de laboratório também.
Qual foi o trabalho como atriz que você mais gostou de fazer?
Ai, que pergunta difícil. Tenho um apego especial por cada projeto. Meu último longa, Maior que o mundo, foi muito especial e desafiador ao mesmo tempo. Contei a história de Audra, uma jovem apaixonante e apaixonada por cocaína. Foi tenso, mas aprendi muito com essa experiência. Pude trocar muito com o elenco incrível: Eriberto Leão, Maria Flor, Luana Piovani e Giovanni Venturini.
*Estagiário sob a supervisão de Igor Silveira