Diversão e Arte

Beto Mejía lança projeto dedicado ao público infantil

Beto Mejía, ex-Móveis Coloniais de Acaju, se dedica a projeto infantil com o lançamento de 'Onde o infinito é som', que é composto por um CD, um espetáculo e um livro

Adriana Izel
postado em 03/09/2019 06:52

Nascimento da filha Amora há quatro anos, inspirou Beto Mejía a lançar o projeto Onde o infinito é som

Ainda quando fazia parte do grupo brasiliense Móveis Coloniais de Acaju, o músico Beto Mejía teve a ideia de fazer um projeto musical dedicado ao público infantil. A proposta era buscar novos ares dentro da banda. A iniciativa acabou não indo para frente. Porém, há quatro anos, com o nascimento da primeira filha, Amora, o artista voltou a pensar num trabalho para o público infantil: ;Ficou um pouco de canto. Me tornei pai, e foi uma coisa transformadora. A relação com o mundo da paternidade é uma coisa que te muda muito. Essas músicas que estavam no cantinho acabaram se tornando numa maneira de propor afeto a minha filha e aos amiguinhos dela. Por que não fazer um projeto que pode tocar e sensibilizar as pessoas?;.

A partir desse questionamento, Mejía montou o projeto Onde o infinito é som, que deu origem a um CD, com 11 faixas; um espetáculo cênico, com cinco apresentações na periferia da capital paulista (cidade em que o artista mora atualmente e que foi importantíssima na concepção ; o material foi feito com recursos do Edital de Apoio à Criação Artística ; Linguagem Música da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo); e um livro, a ser lançado em outubro sob o título de Funky e Maia: Onde o infinito é som. Em carreira solo desde 2012, quando lançou o EP Abraço, Beto Mejía estava um pouco afastado da música desde 2016, época do lançamento de Wahyoob. ;Foquei na paternidade. Estou voltando ao mundo da música com esse projeto;, afirma.

[SAIBAMAIS]O disco foi a primeira parte a ser lançada. Ele está disponível nas plataformas digitais desde 23 de agosto, logo após a divulgação do single Funky, música que faz uma referência ao cenário musical por meio de grandes nomes, como Beethoven, Chico Buarque, Bituca (Milton Nascimento), Hermeto Pascoal e Luiz Melodia. As 11 faixas foram compostas por Mejía, que recebeu alguns amigos no disco: Ellen Oléria em O que é o som?; André Abujamra com quem divide os vocais em Sons Ohmpossíveis; André Gonzales (ex-companheiro de banda) gravou Criaturinhas; Mauricio Pereira está em Ninar monstrinho; Esdras Nogueiras participou em Festa; e o grupo de música infantil Mundo Aflora canta em Valsa das árvores.

;O álbum começou com o Móveis Coloniais de Acaju, então tem bastante referência ao que a gente construiu lá. Uma das músicas que foi feita na época da banda e tinha André Gonzales nos vocais. Então, ele tinha que estar no CD. Esse disco também é um reflexo da minha história. Chamei pessoas por quem sempre tive admiração, parceiros de longa data. A Ellen Oléria não estava cotada. Depois, a gente se encontrou e uma das funções desse projeto é a diversidade. Então, foi natural chamá-la;, explica Beto Mejía.

Participações

Apesar de voltado para o público infantil, Onde o infinito é som é um material maduro, com letras aprofundadas e com mensagens. Mejía se inspirou em projetos como Os Saltimbancos e a Arca de Noé. ;A produção de música infantil no Brasil é muito vasta. Mas muita coisa não chega ao grande público. É preciso fazer uma pesquisa muito extensa. A minha referência nesse disco foi resgatar um pouco da Arca de Noé e Os Saltimbancos. Pensei em fazer uma coisa parecida. O principal conceito é a ferramenta da música para transformação;, completa.

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O espetáculo nasceu como uma contrapartida ao apoio da Secretaria de Cultura de São Paulo. A série de apresentações começou em 28 de agosto e segue até 28 de setembro em localidades da periferia da capital paulista. ;O espetáculo é, basicamente, o show com as músicas do disco. É um show brincante, em que proponho interações e brincadeiras. Quis fazer uma contrapartida para São Paulo, em comunidades que precisam e têm centros culturais bacanas;, revela. Sobre trazer o show a Brasília, se diz animado com a possibilidade, mas ainda não tem uma previsão.

A ideia do livro veio durante a concepção do álbum. Um dia com Amora no colo percebeu que as músicas davam origem a uma história completa. ;Veio um pouco disso, de que os produtos para criança estão muito atrelados à tela. Queria sair um pouco disso. O produto em si é uma maneira de aproximar os pais dos filhos, de promover esse afeto. Como pai, acho que há um papel muito importante é de empoderar a criança;, afirma. Em Funky e Maia: Onde o infinito é som, Mejía trabalhou com escritora brasiliense Daya Sisson. ;Criamos esses dois personagens para o contexto da música. É uma historinha focada na música e na natureza;, revela.


SERVIÇO

Onde o infinito é som

De Beto Mejía. Tratore, 11 faixas. Disponível nas plataformas digitais.

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