Adriana Izel
postado em 24/08/2019 06:05
Branco Mello, Tony Belloto e Sérgio Britto sobem ao palco do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, na noite de hoje, com show inédito em Brasília. O trio de músicos vem com a apresentação Titãs trio acústico, que teve início em fevereiro e tem rodado o Brasil, normalmente, em locais intimistas. No formato, os artistas fazem um passeio pelo repertório dos 37 anos de carreira, cantando desde Sonífera ilha, primeiro hit, até canção do mais recente trabalho, a ópera rock Doze flores amarelas. Ao Correio, Tony Belloto conversou sobre a turnê, relembrou a gravação do musical no ano passado e refletiu sobre o momento do rock nacional.
Ponto a ponto / Tony Belloto
Turnê
Esse é um show completamente novo, inédito. É um show nesse formato acústico em que a gente relembra, evoca e celebra aquele Titãs Acústico MTV de 1997, que foi um grande sucesso, o disco dos acústicos que mais vendeu, um marco na nossa carreira. Mas o que a gente faz neste show atual é tocar várias daquelas músicas do disco, que fizeram muito sucesso. E também mostrar arranjos nesse formato acústico de outras músicas que a gente fez depois do disco, canções que ficaram de fora do CD. Esse show tem uma característica muito particular de que a gente conversa com o público, conta histórias de como as músicas foram compostas.
Histórias
Há muitos anos os fãs cobravam uma comemoração pelo 20 anos do Acústico MTV. Quando surgiu a ideia agora de fazer o show acústico, a gente estava pensando que aquele show de 20 e tantos anos atrás, a gente tocava com orquestra, a banda tinha outros componentes que já saíram, era diferente. A gente começou a pensar num formato, de evocar tudo aquilo, e surgiu a ideia muito inspirada num show que o Bruce Springsteen fez na Broadway, que ele ficava só com voz e violão e conta muitas histórias. A gente achou uma boa ideia e começou a exercitar isso. Mas nada programado. Desde os primeiros shows, a gente foi falando coisas, improvisando e as pessoas gostaram muito.
Repertório
A escolha de repertório é sempre um ótimo problema. A gente começou privilegiando as músicas que tinham se destacado no Acústico MTV, como Flores, Go back, Família, Nem cinco minutos guardados. Depois a gente começou a pegar músicas que tínhamos feito mais tarde e que se enquadravam nesse formato acústico, que é o caso de Epitáfio, que é o nosso maior sucesso, Isso, Enquanto houver sol, Porque eu sei que é o amor... O show é bem dinâmico. Começamos eu, Britto e Branco, só nós três em formato de trio com piano, guitarra acústica, violão e baixo. Depois tem o momento que cada um de nós fica sozinho e canta duas músicas. Então, a gente foi colocando coisas, fuçando o que estava com vontade de cantar e tudo vai formando uma grande mostra do nosso trabalho ao longo desses anos todos.
Ópera
Depois de 37 anos de carreira, a gente tem que inventar coisas que motivem. Quando a gente estava começando a pensar no próximo trabalho, nós pensamos: ;Tem que ser uma coisa interessante, uma coisa que a gente nunca tinha feito;. Então, veio a ideia de fazer uma ópera rock, que são muito conhecidas fora do Brasil, mas aqui não tem muita coisa. E acho que uma banda de rock grande e de projeção, como a nossa, nunca tinha feito. Então a gente se lançou nesse trabalho, foi muito legal. A gente se juntou ao Marcelo Rubens Paiva e ao Hugo Possolo, que é um dramaturgo de São Paulo, e formamos essa história que fala muito do mundo atual, uma distopia sobre violência contra a mulher, os jovens, as drogas e as relações entre pais e filhos. A gente colocou tudo isso numa história e compusemos 25 músicas inéditas. Foi uma experiência muito interessante. A gente fez um CD e um DVD. Foi um trabalho muito estimulante. Enquanto não conseguimos levar o espetáculo pelo país, a gente teve a ideia de fazer esse Trio acústico que os fãs cobravam tanto.
Cena criativa
Acho que a gente tem um rock muito criativo. O que acontece hoje em dia, que é diferente da época que a gente surgiu, é que tem menos espaço na grande mídia, então, muita coisa acaba não ficando conhecida, por uma questão de mercado. É preciso também incentivar os artistas que estão fazendo coisas novas.
Relação com Brasília
Para a gente, Brasília é muito especial sempre. Por essa ligação de Brasília com o rock, as bandas como a gente, que surgiram naquela geração dos anos 1980, Brasília sempre foi uma referência. As bandas tinham um trabalho muito próprio, original. Então, tocar em Brasília era sempre uma emoção, um momento de encontrar os músicos daí e tudo mais. Acho que, como qualquer brasileiro, Brasília é uma cidade muito emblemática do Brasil, essa capital construída do projeto de um sonho, de uma utopia de um Brasil melhor, criativo, inventivo com todo o projeto do Niemeyer e do Lucio Costa.
Titãs trio acústico
Centro de Convenções Ulysses Guimarães (Eixo Monumental). Hoje, às 21h. Show com a banda Titãs no formato em trio e acústico. Participação especial de Mário Febre e Beto Lee. Entrada a R$ 70 (poltrona superior), R$ 100 (poltrona especial), R$ 120 (poltrona VIP), R$ 150 (poltrona gold) e R$ 180 (poltrona premium). Valores de meia-entrada. Assinantes do Correio têm 50% de desconto sobre o valor da inteira, válido para todos os setores e em todos os pontos de venda. À venda no site www.bilheteriadigital.com.br e na loja física do Brasília Shopping (G2). Não recomendado para menores de 18 anos.