Agência Estado
postado em 12/08/2019 08:00
O crítico e curador francês Marc Pottier visitou pela primeira vez o Brasil em 1992. Viu uma escultura de Tunga e se encantou. Ao voltar a Paris topou, por coincidência, com outra obra do escultor em exposição na Galerie Nationale du Jeu de Paume - justamente em 1992. "Ficamos imediatamente amigos e hoje me considero o seu irmão brasileiro", diz Pottier, curador da exposição que o Studio OM.art do Rio deve abrir em novembro, depois da mostra dedicada a Lygia Clark. Tunga: Pensatorium é um título que faz referência ao espaço de criação e pensamento assim chamado por Tunga - e é esse espaço que será criado fisicamente no Studio OM.art.
Será, garante o curador, como entrar no espaço privado de "pensar" na casa de Tunga que, a exemplo do pai, o jornalista e tradutor cearense Gerardo Mello Mourão (1917-2007), era também poeta. Dele o artista herdou a vasta biblioteca de 20 mil volumes - parte dela estará à disposição dos visitantes na recriação do ambiente que vai reproduzir o "pensatorium" de Tunga. "Sua casa estava sempre aberta para os amigos e ele, sempre disposto a uma boa conversa", conta Pottier, que foi adido cultural no Rio antes de se dedicar integralmente à curadoria de exposições e ao Arte 1, canal de televisão por assinatura para o qual gravou a última entrevista concedida por Tunga.
Na mostra dedicada ao artista serão exibidos vídeos, registros documentais de época, obras e gravações de conversas com curadores, críticos e pesquisadores. "Tunga é um dos artistas com mais textos escritos sobre ele, uma fortuna crítica imensa, 40 ou 50 publicações sobre sua obra", lembra o curador.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.