Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Na Praia recebe show inédito da família de Alok e Bhaskar neste sábado

Apresentação inédita reúne no palco Alok, Bhaskar, Swarup e Ekanta, do clã Petrillo

As batidas eletrônicas sempre fizeram parte do dia a dia da família Petrillo. Nos anos 1990, Juarez Petrillo, mais conhecido como Swarup, e Ekanta Jake foram pioneiros no cenário de psy trance no Brasil. Juntos, os DJs e produtores criaram o festival Universo Paralello, que, primeiramente nasceu na Chapada dos Veadeiros, e depois migrou para a praia de Pratigi, na Bahia. E foi exatamente no meio do festival, que tem 20 anos de edições, que os gêmeos Alok e Bhaskar, hoje dois grandes nomes da música eletrônica brasileira, se encantaram pelas picapes e iniciaram uma carreira em dupla se juntando aos pais no ofício de DJs.

Essa história será celebrada neste sábado (10/8) no festival Na Praia. Com a proposta de uma noite inédita, Swarup, Bhaskar, Alok e Ekanta são as atrações principais do evento intitulado de Família Petrillo. Cada um deles terá um momento próprio no palco, além de um em que os quatro estarão juntos comandando o palco principal, algo que nunca aconteceu antes em Brasília depois da maior repercussão de Alok e Bhaskar nas respectivas carreiras. ;Fico feliz em saber que a gente vai tocar junto, até porque meus pais são minha principal referência. Eu e meu irmão começamos tocando justamente no festival com meus pais, e assim que nasceu essa vontade de seguir a carreira de DJ. Então é até um pouco nostálgico. Estamos muito empolgados e a melhor parte é que a família estará unida no palco, o que normalmente é um pouco difícil de acontecer por conta das agendas. Com certeza vai ser incrível e inesquecível;, afirma Alok em entrevista ao Correio.

O retorno do DJ a Brasília, cidade a qual a família goiana adotou, ocorre após mais um feito de Alok, que voltou a se apresentar no Tomorrowland da Bélgica, principal festival de música eletrônica no mundo. ;Tocar no Tomorrowland legitima todo meu esforço e dedicação nesses anos todos em busca de levar a música eletrônica mais longe, e foi mais uma vez muito emocionante fazer parte desse festival que é referência e que me deixa extremamente feliz e satisfeito pelo caminho que percorri;, avalia. Como de costume, ele fez questão de levar a raiz brasileira para o evento. ;A brasilidade sempre vai comigo, principalmente a influência do brazilian bass (vertente da qual o artista é um dos precursores) que me acompanhou por um bom tempo;, completa.

Sets


Para o show na capital federal, Alok promete novidades com uma apresentação totalmente repaginada da última passagem dele por aqui. ;A gente tem um audiovisual renovado, muita música nova, várias inéditas, e tocando com meus pais certamente o público pode esperar algo muito especial, vamos garantir uma noite histórica;, adianta. Há uma expectativa de que Alok apresente, por exemplo, a faixa Vale vale, lançada nas plataformas digitais ontem. A música é o novo trabalho do DJ em parceria com Zafrir, artista israelense com quem já trabalhou no ano passado em United, que contou com colaboração de Armin Van Buuren e Vini Vicii. ;Vem muito mais por aí. É só esperar;, garante o artista sobre os próximos trabalhos.

Bhaskar também chega embalado pelas novas canções. Só neste ano, o DJ lançou pelo menos cinco faixas: Rascunho, com 3030 e Dubdogz; Tempus, com Pontifexx; Surreal, parceria com Mojjo feita especialmente para a festa homônima da R2 Produções, mesma produtora do Na Praia; Make me feel; e Vicious, gravada com Kiko Franco. Ekanta e Swarup devem aproveitar a apresentação no evento para fazer um resgate ao trance que os projetou nacionalmente.



Na Praia
Complexo Na Praia (SHTN, atrás da Concha Acústica). Hoje, a partir das 16h. Com Jonnes Veloso (16h), Swarup (19h), Bhaskar (20h15), Alok (22h), Família Petrillo (23h30), Ekanta (23h50), Matheus Hartmann (1h30). Horário dos shows sujeitos a alteração. Entrada a R$ 161 (meia) e R$ 321 (inteira). Não recomendado para menores de 16 anos.


Três perguntas / Alok



Sendo um dos principais nomes da música eletrônica no Brasil, como é para você ser uma referência para as novas gerações?

O que eu acho mais legal em ser considerado uma referência para novas gerações, é ver que, por meio do meu trabalho, as pessoas podem optar pelo caminho do bem, algo que vai muito além da música. Tornar jovens e crianças pessoas íntegras e que estejam realmente interessadas em ajudar o próximo e saberem de fato que a felicidade delas não depende da felicidade dos outros.


Como você vê esse cenário de música eletrônica brasileira?

Em relação ao cenário eletrônico, muitas oportunidades estão se abrindo para esse gênero musical aqui no Brasil. O segredo é persistir para conseguir espaço e mostrar o seu trabalho.


Você é um artista que sempre aposta em parcerias com artistas de diferentes estilos. O que te motiva a trabalhar sempre em conjunto e até com artistas de gêneros tão distintos ao seu?

Acho muito importante essa mistura de ritmos entre artistas nacionais e internacionais, já que a música está globalizada. Essas parcerias são essenciais e a conexão que existe entre as gravadoras facilita construirmos esses projetos. A gente sempre pensa em músicas que possam unir estilos diferentes.