Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Mozart ganha homenagem pela Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional

No Cine Brasília, apresentação da orquestra terá como ápice a A Sinfonia 39, fase do concerto que dura, aproximadamente, meia hora

Com um legado que inclui algo em torno de 600 obras, Wolfgang Amadeus Mozart é, ao lado de Franz Joseph Haydn e Ludwig Beethoven, um dos expoentes do classicismo, período da música sinfônica, camerística e operística, no século 18, marcante pela excelência do sentido estético. O mestre austríaco é tema do concerto que a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro apresenta hoje (dia 06/08, terça), às 20h, no Cine Brasília.

;Mozart é um compositor obrigatório nas temporadas das orquestras profissionais em todo o mundo, e sempre estará presente no programa dos nossos concertos, até mais de uma vez na temporada;, destaca Cláudio Cohen, maestro regente da OSTNCS. ;No concerto desta terça-feira, vamos executar inicialmente a abertura da ópera Clemenza di Tito, que tem cinco minutos de duração e apresenta os principais temas a serem desenvolvidos na peça;, acrescenta.

Em seguida haverá a execução do Concerto de clarineta, que Cohen classifica como uma obra-prima. ;Seu adágio é um dos mais belos da história da música, peça obrigatória do repertório de todos os clarinetistas;, enaltece. A solista será a premiada clarinetista Renata Meneses, do naipe de madeira da Orquestra Sinfônica.

Ápice

A Sinfonia 39, ;ápice do classicismo;, a ser apresentada no encerramento do concerto, ;inicia-se com uma introdução lenta, seguida de parte rápida, dentro de um estilo galante. O último movimento é virtuoso e brilhante;, define o maestro. ;Pelo grau de dificuldade, é peça cobrada em concursos para ingresso em orquestras;, complementa. A duração é de, aproximadamente, 30 minutos.

Renata Meneses, nascida em Santos (SP), integra a sinfônica desde 2000, após ser aprovada em concurso. A clarinetista iniciou os estudos musicais na adolescência com o pai José Meneses, tendo em seguida ingressado na Escola de Música de Cubatão, sob a orientação do professor e maestro Roberto Farias, na década de 1990. À época, fez parte da Banda Sinfônica daquela cidade e a Orquestra Sinfônica Municipal de Santos.

Logo depois, Renata bacharelou-se em clarineta pelo Instituto de Artes (Unesp), na classe dos professores Sérgio Burgani (clarineta) e Arcádio Minczuk e Peter Dukaberg (música de câmara). ;Fui integrante também, da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo e primeira clarinetista da Orquestra Sinfônica Municipal de Santos;, lembra.

Em junho de 2001, a clarinetista ganhou uma bolsa da Scholl of Music, em Boston (EUA), para participar do International Clarinet Connection. ;Tive aulas com alguns dos melhores clarinetistas da atualidade, Alessandro Carbonare (Orquestra de Santa Cecília/Roma), Ricardo Morales (Orquestra Filadélfia) e Jonathan Cohler (New England Conservatory);, conta. ;No ano seguinte, fui contemplada com bolsa da Vitae, para ter aulas com Manfred Reis, clarinetista da Orquestra Filarmônica de Berlim.

Durante quatro anos, entre 2001 e 2005, Renata foi professora de clarineta da Escola de Música de Brasília e, de 2009 a 2015, do Projeto Música e Cidadania sediado no Paranoá. ;Atualmente curso psicanálise clínica, conhecimento que pretendo, no futuro, unir com a música e trabalhar com crianças e menores infratores;, anuncia.

Segundo a clarinetista, é comum integrantes de diferentes naipes da Orquestra Sinfônica serem escolhidos para serem solistas em concertos do grupo. ;Eu me sinto lisonjeada com a escolha para ser solista dessa importantíssima obra de Mozart, no concerto desta terça-feira, em que a obra do compositor suíço estará em destaque;.

Concerto da OSTNCS

Sob a regência do maestro Cláudio Cohen, tendo a clarinetista Renata Meneses como solista, hoje (6/8, terça), às 20h, no Cine Brasília (entrequadra 106/107 Sul). Entrada franca, sujeita à lotação. Acesso a partir das 19h30. Classificação indicativa livre.