Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

A gastronomia ganha a telona

O Slow Filme - 10º Festival Internacional de Cinema e Alimentação começa, hoje, no Cine Brasília com uma série de documentários sobre chefs que investem em produtos regionais


Iniciativa inédita na capital desembocou na realização do Slow Filme ; 10; Festival Internacional de Cinema e Alimentação (há anos produzido em Pirenópolis). O evento trará múltiplas atividades relacionadas à cultura e à degustação de sabores peculiares, num circuito com entrada franca e atividades espalhadas pelo Cine Brasília (EQS 106/107), Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul) e Jardim Botânico.

Entre o registro filmográfico da variedade de sabores e a difusão de uma conduta que estimula a reavaliação do impacto que comidas refletem no planeta, o Slow Filme segue a cartilha do movimento slow food.

A semente para uma conduta que respeita pequenos produtores de insumos e absorve no cardápio iguarias do cerrado (no caso do DF), o festival terá, até 4 de agosto, filmes, palestras, lançamento de livros, workshop e debates alinhados com homenagens a personalidades do segmento gastronômico.



Hoje, às 20h, a programação destaca o documentário dedicado ao barcelonês Juan Pratginestós, dono do prestigiado restaurante Monserrat Gastronomia (Pirenópolis). O filme faz parte da série Alma d;chef, assinada por Ronaldo Duque (de Araguaya, conspiração do silêncio) e que revela, em 13 episódios, a cozinha criada por profissionais com trajetória afirmada em áreas diferentes, mas que abraçaram mudanças de curso, investindo na lida com panelas e receitas.

Também no Cine Brasília, amanhã, às 20h30, a homenagem será reservada a Liana Sabo (leia entrevista), colunista no Correio da publicação de Favas Contadas (que circula às sextas-feiras) no Divirta-se Mais. Chegada à capital em 1968, Liana tem vocação para depurar informações de ponta, prestigiando o Slow Filme desde a primeira edição.

Hoje, após abertura das atividades (às 17h30, no Cine Brasília), o documentário Slow food story (produção italiana de Stefano Sardo) destaca a amizade entre Carlo Petrini e a dupla Azio Citi e Giovanni Ravinale. Comida contemporânea, com pitadas mediterrâneas e goianas, e um rico caldo cultural que agrupa países como Holanda, Peru, Brasil, Geórgia e Espanha, desfilam na curadoria de filmes selecionados pelo professor e crítico Sérgio Moriconi, à frente de pacote de 22 filmes.

Senso de comunidade servido à mesa é uma das constantes em muitos dos filmes. Hoje, às 20h30, o longa Histórias da comida cubana (do diretor Asori Sato) mostra o empenho de um homem que, depois de longa passagem pelos Estados Unidos, investe no resgate de sabores de sua infância, com todas as dificuldades de chegar à matéria-prima necessária para seus pratos. Amanhã (às 17h30), outro destaque é Na trilha de Gastón (fita de 2014, de Patrícia Perez). Nele, Gastón Acurio revela a personalidade de um homem disposto a remodelar um país ; o Peru ; por meio da investida em arte na culinária.