Diversão e Arte

'Não tem filme com a Bruna Surfistinha nem com Bolsonaro', diz presidente

Jair Bolsonaro se manifestou sobre filme 'Nem tudo se desfaz' que foi autorizado a captar recursos da Ancine

Bettina Novaes Ferraz/Diário de Pernambuco
postado em 26/07/2019 11:14
Na semana passada, presidente declarou: 'não poderia admitir que, com dinheiro público, se façam filmes como o da Bruna Surfistinha'
O presidente Jair Bolsonaro se manifestou contra a decisão da Ancine (Agência Nacional do Cinema) .

Documentário narra como a eleição de Bolsonaro para a presidência do Brasil, em 2018, está diretamente relacionada ao movimento popular de 2013, conhecido como Jornadas de Junho.

Bolsonaro se manifestou sobre o assunto em transmissão ao vivo em sua página no Facebook. Ele afirmou que irá "buscar a extinção" da Ancine, depois de saber da decisão agência em liberar a captação de recursos para o cineasta Josias Teófilo.

"Depois deste anúncio de fazer filme com dinheiro público sobre a minha pessoa, a Ancine ganhou mais um FO , né? O Fato Observado Positivo: vamos buscar a extinção da Ancine. Não tem nada que o poder público tenha que se meter em fazer filme. Que tenha uma empresa de fazer filme privada sem problema nenhum, mas o Estado vai deixar de financiar isso aí", disse o presidente.

Bolsonaro vem articulando publicamente, desde a quarta-feira (17/7), a retirada da gestão de mecanismo de fomento direto da agência para levá-la à Secretaria Especial da Cultura, subordinada ao Ministério da Cidadania.

: "não poderia admitir que, com dinheiro público, se façam filmes como o da Bruna Surfistinha", em referência ao longa protagonizado por Deborah Secco em 2011. Produção é baseada no livro O doce veneno do escorpião: o diario de uma garota de programa, escrito pela ex-prostituta Raquel Pacheco.

"Talvez uma pessoa até bem intencionada queira fazê-lo com dinheiro público. Mas isso é inconcebível, não podemos concordar. Não tem filme com a Bruna Surfistinha nem com Jair Bolsonaro. O dinheiro público não é pra isso, não", completou o presidente durante a transmissão no Facebook.

Em sua conta oficial no Twitter, Bolsonaro também afirmou que pediu à agência que anulasse a decisão, alegando que não concorda com o uso de dinheiro público para "estes fins".

"Recentemente tomei conhecimento sobre a liberação para captação de R$ 530 mil via Ancine para produção de um filme sobre minha campanha nas eleições. Por coerência sugeri que voltassem atrás nessa questão. Não concordamos com o uso de dinheiro público também para estes fins", escreveu o presidente.

O que diz a lei

A Lei do Audiovisual, mecanismo utilizado por Josias Teófilo, permite a captação de recursos através da iniciativa privada, além de incentivos e isenções fiscais, para produções cinematográficas.

Na última terça-feira (23), em entrevista ao Diario de Pernambuco, o cineasta confirmou a decisão da Ancine: "Fui autorizado a captar, mas não captei ainda e nem sei se conseguirei captar", afirmou.

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