Nordeste, região de inúmeras belezas e polo musical que agracia o país com grandes artistas. O Ceará não fica de fora, a chamada Terra da Luz deu ao Brasil músicos como Belchior, Fagner e Ednardo. Não podemos nos esquecer de Manassés de Sousa, importante violonista cearense que reside na capital federal desde 2011. O músico completa 65 anos em 26 de julho e, para comemorar, realiza um grande show hoje na Apcef, às 20h.
Natural de Maranguape, Ceará, também terra do saudoso Chico Anysio, o instrumentista relembra as origens cearenses neste show comemorativo. Manassés vai contar com a ajuda de Myrlla Muniz (vocal), João Marinho (violão), Marcílio Homem (violão), Ocelo Mendonça (violoncelo), Paulo Façanha (vocal), Aparecida Silvino (vocal), Silvino Filho (vocal), Pedro Almeida (bateria) e Igor Diniz (baixo), todos músicos cearenses, que apresentarão clássicos de Fausto Nilo, Ednardo, Belchior, entre outros músicos naturais do estado. Haverá espaço também para outras canções. ;Terá música do mundo todo, além de autorais. Vai ter instrumental, vou tocar Piazzolla, Beatles, entre outros. Vai ser uma noite muito boa;, garante Manassés.
O que distingue a música cearense para as demais, segundo Manassés, é a poesia. ;O grande diferencial é a poesia, que é muito forte, dessa leva da música cearense como Belchior, Fausto Nilo, Fagner e Brandão. Ela chegou e ficou;.
O inicio
Manassés de Sousa é um exímio violonista, dedilha as cordas de maneira primorosa. A maneira como toca é resultado da extensa carreira. Começou a tocar aos 4 anos de idade, utilizando escondido o violão do irmão. ;Meu irmão tocava violão. Quando ele não estava em casa, eu pegava e começava a tentar tocar e foi assim que comecei. Ele era muito ciumento, um dia me pegou tocando e me deu uns tabefes. Meu pai chegou e eu disse que sabia tocar, ele disse para eu tocar e se eu não soubesse eu apanharia de novo. Acabei tocando uma música e então ele me autorizou a usar o violão;, lembra o músico.
O pai, então, o levou para tocar na Praça do Ferreira, em Fortaleza. ;Toquei por uns 40 minutos, começou a ter bastante gente. Meu pai passou o chapéu e conseguimos muito dinheiro, fomos numa loja de música e compramos meu primeiro violão com aquele valor que ganhamos;, conta. A partir daí a carreira profissional começou e permanece até hoje como a principal atividade de Manassés. ;Fui presenteado com a música, ela me deu uma profissão. É o ar que respiro, é tudo na minha vida, nunca fiz outra coisa;, disse.
Durante toda a trajetória, esteve ao lado de grande artistas da música brasileira, como Fagner, Chico Buarque, Zé Ramalho, Gal Costa, Nara Leão, entre outros. ;Fagner é muito importante na minha carreira. Ele produziu meu primeiro disco, em 1979, e trabalhamos juntos por muito tempo;, conta Manassés de Sousa.
*Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco
Manassés 6.5: do Ceará ao Lago Paranoá
Quiosque da APCEF (SCEN, Tc. 3, cj. 3, lt. 2A/2B). Hoje, às 20h. Couvert a R$ 20. Classificação indicativa livre.