Ricardo Daehn
postado em 18/07/2019 06:30
Ao menos dez vezes, numa imersão de 15 horas, a estudante de medicina Lara Diniz, ;depois de velha;, acompanhou sessões da animação O Rei Leão, clássico de 1994 ; até hoje, entre os 42 filmes mais assistidos no mundo. Pela casa dela, passeia o grau de influência do longa dirigido por Roger Allers e Rob Minkoff na vida de Lara: até seu cachorro é chamado de Simba. ;Tive jogos e DVDs, além da fita VHS, que nem sei se existe ainda. O jogo de computador de O Rei Leão era tudo pra mim;, conta. Junto com milhares de fãs no mundo, Lara, a partir de hoje poderá ir ao cinema, conferir a nova versão, em live-action, da renovada trama da fita da Disney.
;Quero que o novo filme tenha todas as músicas do original e que seja o mais fiel possível ao desenho original, pois já é perfeito. Acredito que vá perder algo da emoção ; sem a carinha do Simba, como ter o mesmo impacto na cena da morte do Mufasa?;, comenta a estudante.
A depender das afirmações de Jon Favreau, o diretor da nova obra ; que reconta as artimanhas do leão Scar (com a voz de Chiwetel Ejiofor) para destronar o irmão Mufasa ;, o medo da estudante pode ser afugentado. ;Não hesitamos em recorrer ao material antigo, mas é incrível o quanto dá para modificar e atualizar, de modo invisível. Esse é o segredo para não parecer que você forçou a barra no filme. Não queremos correr o risco de exagerar na intensidade ou perder o fio da meada do que nos lembramos do filme antigo;, disse o realizador, no material distribuído para a imprensa.
Favreau, há três anos dirigiu Mogli: o menino lobo, também amparado na moderna tecnologia para conduzir uma história com traços imersivos. Propósito e eixo, entretanto, permanecem os mesmos: é uma aventura disposta a agradar famílias de espectadores. Aprendizados que incluem repasse de responsabilidades e ganhos com a humildade, além do registro de brigas familiares, em meio a vistosos cenários africanos, prometem ser novamente a espinha dorsal da história.
Autoconfiante, o pequeno Simba crescerá para se dar conta das pedras no meio da trajetória rumo ao trono que herdará do pai, Mufasa. Com o apoio do suricato Timão e do javali Pumba, Simba, numa espécie de exílio imposto, se distanciará da mãe, a leoa Sarabi. Também deixará para trás as lembranças da infância e da juventude, que remontam ao contato com a determinada leoa Nala. Na dublagem estrangeira da fita, pesam as presenças de Beyoncé, Donald Glover, Seth Rogen e do veterano James Earl Jones.
Visão de fã
;;Tudo na animação original me encanta: a trilha sonora, os personagens, o enredo, a dublagem. Toda vez que estou mal, assisto: lembro automaticamente da minha infância. Em seguida, me sinto bem. Ainda pretendo comprar camisas e colecionáveis do filme. Até agora, fiquei empolgado com os trailers e teasers do novo filme. Estou muito ansioso. Espero que consigam fazer com que o live-action seja bem fiel à animação. Vejo O Rei Leão como uma história de superação e amizade. Na construção de uma nova caminhada, a amizade vem como resposta: mostra que isolamento não é solução para problemas.
Rivan Braz dos Santos Júnior, 19 anos, estudante universitário
O bar Luva Dourada
Vencedor de recente Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro com Em pedaços, o diretor Fatih Akin, que despontou em festivais como os de Veneza, Cannes e Berlim, conduz um aterrador e desconcertante drama extraído do cotidiano setentista de Hamburgo (Alemanha). Foi lá que o perturbado Fritz Honka, habitual frequentador de inferninhos, cometeu atrocidades contra mulheres, representadas neste pesado drama sobre o serial killer. O filme disputou o Festival de Berlim 2019.
Jornada da vida
De Phillipe Godeau. No filme, o astro senegalês da vida real Omar Sy (Uma família de dois e Samba) interpreta o ator africano Seydon Tall, espécie de motivação para a melhora na vida de um jovem de 13 anos disposto a atravessar o país, com a finalidade de conhecer o ídolo. O encontro deixa ambos empolgados pela redescoberta de valores pessoais.
11; Lobo Fest
Como programação especial do Cine Brasília (EQS 106/107), um festival infatojuvenil composto por dez curtas-metragens de diferentes nacionalidades será mostrado, com entrada franca. Somente hoje, às 14h, a programação inclui o germânico Cat days (foto), que mostra o menino Jiro, abalado por uma doença considerada inofensiva. Além desta produção de Jon Frickey, o festival traz Wanda, que mostra menina cercada por estranha realidade, e Monsieur Henderson, detido no cotidiano de um embalsamador de corpos.
Relatos selvagens
Sucesso argentino do diretor Damián Szifron, está na programação de hoje do projeto Cine Piscina ; Ocupação Contém (no Estacionamento 7, do Parque da Cidade). Com entrada franca, o longa que trata de empilhamento de crises na vida de portenhos, será mostrado a partir das 19h30. A sessão a céu aberto contará com venda de produtos da gastronomia local.