O criador de Game of Thrones, George R. R. Martin, afirmou na segunda-feira, 15, em entrevista à Entertainment Weekly, que os comentários negativos e positivos dos fãs, após a produção da HBO, não vão influenciá-lo a mudar a trajetória dos personagens.
De acordo com ele, "a internet tem afetado o processo de escrita de maneira que nunca aconteceu antes", mas isso não pode interferir em sua criatividade. Martin deu a mesma declaração recentemente ao falar que a web é um ambiente tóxico.
"Posso dar como exemplo o parentesco de Jon Snow. Havia pistas sobre os pais de Jon nos livros, mas só um leitor entre cem juntou as peças. Antes da influência da internet estava tudo bem - 99 entre cem leitores, quando o parentesco de Jon Snow fosse revelado, diriam: 'Ah, que reviravolta ótima'", especula.
"Mas em tempos de internet, mesmo que apenas uma pessoa em cem descubra, ela irá postar sobre o assunto nas redes sociais, e as outras 99 vão ler e pensar: 'Isso faz sentido'. De repente, a reviravolta que você construiu vai por água abaixo", completa.
Martin confessa que esse fato o deixa tentado a inventar formas diferentes de contar a história, pois faz parecer que "está tudo errado". "Por conta disso, eu não leio os sites dos fãs. Eu quero escrever o livro que sempre quis escrever. E, quando sair, os leitores podem gostar ou não", afirma.
O autor disse também que já se sentiu pressionado há alguns anos para concluir um dos livros, quando tentava "desesperadamente" ficar à frente da produção da HBO.
"Houve um momento em que a série foi lançada em abril e meus editores disseram que, se eu pudesse terminar o livro até dezembro, eles se apressariam", recorda. "Aquela foi a maior pressão que senti, mas, em determinado momento, ficou evidente que eu não terminaria até lá. Eu não quero apenas terminar o livro, quero dar o meu melhor nele", explica.