Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Espaço para todos





O Distrito Federal é conhecido por revelar artistas no campo da música desde a criação da capital modernista. Em uma história que começa com o grupo de rock Os Primitivos, na década de 1960, e passa por nomes que ganharam destaque nacional, como Legião Urbana, Natiruts e Hungria, os eventos locais que acolhem os artista novos têm muita importância.

Nesse sentido, eventos pela cidade e plataformas on-line estão surgindo com o intuito de dar espaço para que músicos e cantores, que estão começando a carreira, mostrem a qualidade do seu trabalho. É o caso da Conexão Planalto, criada por Raíto Santana em 2017, que tem o objetivo de facilitar o ingresso de artistas independentes no cenário musical do DF.

;O nosso maior objetivo é ir atrás de quem não tem condições financeiras de produzir um material autoral. Uma hora no estúdio custa mais de R$ 350 e nós fazemos isso sem custo. Duas ou três músicas são produzidas e disponibilizadas em áudio e vídeo em um canal no Youtube. Por meio desse formato de divulgação, o público de um artista acaba conhecendo outros, fazendo literalmente uma conexão;, conta o criador do canal.

Com um estúdio próprio, a Conexão Planalto acredita no incentivo do contato com a música e a cultura da cidade, desenvolvendo conteúdos dos artistas que nem sempre são abordados com qualidade. Além da divulgação no canal, o projeto produz alguns pocket shows para que os músicos realizem apresentações para o público - em torno de 100 pessoas, e um grande show no fim do ano. ;Um evento maior é realizado com todos os artistas que tiveram mais destaque no canal do Youtube.;

Em uma linha parecida, da internet para os palcos, o blog A Parada da Música (da GRV Media, Música e Entretenimento) aposta na oportunidade para diversos artistas das cenas autorais da capital. O projeto do gestor cultural Gustavo Vasconcellos, que existe desde 2009, saiu da escrita on-line e, em parceria com o Bar Brahma de Brasília, tornou-se um evento com três atrações que se apresentam em um pocket show de uma hora, uma vez por mês, com couvert de R$ 10.

;É importante colaborar, humildemente, pela preservação e renovação da matéria prima que alimenta um setor, ainda mais em Brasília, onde a diversidade e a qualidade do que aqui é criado e produzido é reconhecido mundialmente. Uma pena que, mercadologicamente falando, só sejamos reconhecidos após um reconhecimento externo;, explica Gustavo.

Músico e produtor na cidade desde 1985, ele destaca a importância da exposição da criação e o valor da interpretação própria ou de terceiros para justificar as produções que realiza. ;Apesar de todos os canais disponíveis de circulação digital, é perceptível um avanço no desequilíbrio de quantidade de espaços como de público interessado e pagante em torno dos autores, artistas e produtores de conteúdos originais na capital do país.;

Outro projeto que viabiliza o crescimento de artistas de Brasília é o Pocket Sundays, que ocorre no palco do Espaço N.27 e distribui sorvete de graça para quem chegar cedo. Com edições aos domingos, a iniciativa de Akio Ponte promove shows curtos, com cerca de 20 minutos, em apresentações intimistas e autorais. A entrada custa R$ 15.

*Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco