o vento fede de luz
o vento fede de luz
na noite escura do dia
pretérito do presente
o vento fede de luz
em tua cor de ausência
choves, e não vês nada
corres, e não sentes nada
vai assim sem mais nem menos
na calada da noite escorregadia
fôlego sem rumos sem prumos
o vento fede de luz
no anoitecer daquilo que venta
no entardecer daquilo que já não basta mais
o vento fede de luz
Ana Rossi, do livro Eternos caminhos efêmeros (ed. Mondrongo)