O teatro musical é uma das vertentes que, ao longo dos anos, cresceu e se consolidou no cenário artístico brasileiro. Apesar de não ter grandes palcos, Brasília tem em sua veia a formação de artistas desse segmento. A candanga Sara Sarres, que está atualmente na montagem Billy Elliot, o musical, em cartaz em São Paulo, é um desses frutos da capital federal.
Antes de firmar morada na capital paulista e ter experiências fora do país nos musicais, ela deu os primeiros passos no quadradinho. A primeira experiência foi na infância, quando, apaixonada pelo piano, foi incentivada pelo pai a estudar na Escola de Música de Brasília. Ainda na cidade, participou de pequenos grupos corais e teatrais. ;Com meus amigos, montamos uma companhia de teatro musical para pesquisa e pequenas apresentações, antes mesmo do grande boom dos musicais em São Paulo;, lembra em entrevista ao Correio.
Nos anos 2000, entrou para o elenco de Les miserábles, primeiro grande musical no eixo Rio ; São Paulo. Foi a única brasileira a protagonizar O fantasma da ópera como a personagem Christine na versão paulista e também na turnê mundial. No currículo tem ainda sucessos como West side story, Cats, A família Addams, Carmen, Shrek, A madrinha embriagada, O homem de La Mancha e Annie ; O musical, sempre com papéis relevantes. Desses, ela destaca as participações mais marcantes da carreira: O fantasma da ópera e O homem de La Mancha.
;Vínhamos num crescimento exponencial tanto no aperfeiçoamento artístico, técnico, operacional quanto na criação e fidelização de público. O brasileiro abraçou o teatro musical como uma expressão artística de interesse para o entretenimento familiar. Hoje, podemos considerar até que viramos uma indústria com uma grande cadeia econômica que movimenta muito positivamente a economia criativa do país. Chegamos a virar referência mundial em qualidade e exportar talentos e equipes criativas. Agora estamos à mercê de entender os próximos capítulos do teatro musical no Brasil;, analisa Sara sobre o momento atual do segmento.
Em cartaz
O currículo é recheado e não para de crescer. A brasiliense está desde 15 de março e segue até 30 de junho no elenco da montagem Billy Elliot, o musical, em cartaz em São Paulo. Na produção, que é recordista de prêmios no teatro musical (com 10 Tony Awards e 5 Olivier Awards), ela vive a personagem homônima Sarah Elliot, a mãe do prodígio Billy, um menino que descobre querer ser bailarino contra a vontade do pai, Jack Elliot, vivido pelo ator Carmo Dalla Vecchia.
;Billy Elliot é um espetáculo muito especial que chegou em um momento muito oportuno no país. Ele reflete a importância do respeito, da tolerância e da dignidade na sociedade e como a união de uma comunidade pode transformar vidas. Me sinto muito honrada e feliz em poder contar essa história no nosso país;, revela a atriz.
Assim que o musical encerrar as apresentações, Sara Sarres deve assumir outro projeto. Por enquanto, ela mantém em segredo, mas garante: ;Logo, logo vem coisa boa por aí;. Desde o ano passado, ela vem sendo sondada para aparecer na tevê.
; Três perguntas // Sara Sarres
Você teve experiência de atuar em musicais também fora do Brasil. Quais são as principais diferenças?
É a organizacional. Eles dominam há mais tempo o mercado e por isso tudo flui com muita segurança, objetividade e profissionalismo.
Em que artistas você se inspira na hora de atuar?
Gosto sempre de imaginar como Bibi Ferreira, Patti LuPone, Meryl Streep ou Marília Pêra resolveriam a cena em questão.
Quais são os desafios de unir atuação e música no palco?
Muitos. Desde artístico a técnicos, mas acredito que o maior de todos seja atingir a precisão e A naturalidade de ninguém perceber que a música está contando a história.