Um dos musicais mais premiados no ano passado, Elza volta a São Paulo, para uma temporada popular, no Teatro Sérgio Cardoso, na Bela Vista, área central da cidade. Inspirado na trajetória da cantora Elza Soares, o espetáculo é original por não apresentar uma história cronológica. Mais: em cena, elenco e banda são formados apenas por mulheres. "Foi uma ideia que tive para mostrar como Elza carrega a própria imagem do feminino", comenta a diretora Duda Maia.
A solução revela-se ainda mais original com fato de todas as atrizes (Janamô, Júlia Tizumba, Késia Estácio, Khrystal, Laís Lacôrte, Verônica Bonfim e Larissa Luz) se alternarem na interpretação de Elza.
"Ela aprovou todas as ideias, mas temeu a falta dos três homens de sua vida: o pai, Garrincha e São Jorge", continua a diretora, que trabalhou diretamente com o dramaturgo Vinicius Calderoni. "Mas conseguimos destacar todos eles de forma bem poética."
Um deles, aliás, dedicado ao santo, ganhou uma canção especialmente composta por Pedro Luís, que assina a direção musical com Larissa Luz e Antônia Adnet - os arranjos foram feitos por um craque, Letieres Leite.
O segredo do sucesso de público e crítica? "É um trabalho feito com afeto", arrisca responder Duda, que cuidou de todos os detalhes da apresentação. É o caso dos baldes que, em cena, têm distintas funções. "Filmei e fotografei todas as possibilidades de uso até chegar nas que estão no musical", explica a encenadora que, para isso, contou com o apoio da produtora Andréa Alves, responsável pelos mais originais espetáculos dos últimos anos, à frente do grupo Barca dos Corações Partidos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.