O músico e romancista Chico Buarque foi condecorado pelo Prêmio Camões na tarde de ontem. A honraria é considerada uma das principais da literatura de língua portuguesa e reconhece o conjunto da obra de autores lusofalantes com 100 mil euros. O anúncio foi feito após reunião na sede da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.
O artista carioca é o 13; brasileiro a levar o prêmio. Ele entra para o seleto grupo de autores tupiniquins premiados, que inclui João Cabral de Melo Neto, Rachel De Queiroz e Ferreira Gullar. O último brasileiro que venceu o Prêmio Camões foi Raduan Nassar, autor de clássicos como Lavoura arcaica e Um copo de cólera, em 2016.
A comissão julgadora do prêmio é composta por representantes do Brasil, de Portugal e de países africanos de língua oficial portuguesa. Em sua 31; edição, o juri foi composto por Antonio Carlos Hohlfeldt e Antonio Cicero Correia Lima (Brasil); Clara Rowland e Manuel Frias Martins (Portugal); Nataniel Ngomane (Moçambique); e Ana Paula Tavares (Angola).
Por meio de nota, o júri do trofeu declarou que o músico foi escolhido de maneira unânime. ;O júri decidiu, por unanimidade, atribuir o Prémio Camões a Chico Buarque de Hollanda pela qualidade e transversalidade da sua obra, tanto através de gêneros e formas quanto pela sua contribuição para a formação cultural de diferentes gerações em todos os países onde se fala a língua portuguesa. O Júri reconheceu o valor e o alcance de uma obra multifacetada, repartida entre poesia, drama e romance. O seu trabalho atravessou fronteiras e mantém-se como uma referência fundamental da cultura do mundo contemporâneo;, diz a ata da reunião que consagrou o artista.
Compositor
Chico é muito conhecido pelos trabalhos musicais como os clássicos Construção, A banda e Paratodos. Além disso, escreveu os livros Estorvo (1991), Benjamim (1995), Leite derramado (2009) e O irmão alemão (2014). A útlima vez que Chico conquistou um prêmio literário foi em 2010, quando venceu o Prêmio Jabuti pelo romance Leite derramado. Também foi profícuo no teatro. Escreveu as dramaturgias Roda viva, Gota d;água, Clalabar e Ópera do malandro.
Saiba mais
O Prêmio Camões foi criado em 1988 por um protocolo Adicional ao Acordo Cultural entre a República Portuguesa e a República Federativa do Brasil com o objetivo de eleger anualmente um autor de língua portuguesa que tenha contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural da língua comum. O prêmio busca estreitar os laços culturais entre os vários países lusófonos. Os governos dos dois países conferem ao Prêmio distinção máxima a um escritor de literatura lusófona, acontecimento de grande relevância política e cultural para as duas partes.
Fonte: Biblioteca Nacional