Pesadelo
Não sou quem dorme, quando durmo
outro me habita, desperto
em sonho e desespero.
Quem o socorre, quando a noite
chega, estrelada e vazia
e há silêncio e pegadas
no pulsar de um grande pesadelo
que respira e transpira
no corredor dos quartos?
Esse outro, que nunca encontrei
e que me é tão familiar
; o estranho ;
sou eu perdido, desarmado,
entregue à dimensões aonde
nunca chegarei, mas ele sim,
ofertado à legião de demônios
que se alimentam dos meus medos.
Quem o resgatará do deserto
quando caramujos secarem sob as pedras
e os peixes, asfixiados, pararem de pular
pela praia
e tudo for silêncio?
Leonardo Almeida Filho