Tarcila Rezende - Especial para o Correio
postado em 25/04/2019 06:30
Para os fãs da banda carioca Los Hermanos, a espera acabou. Depois de passar por Salvador, João Pessoa e Recife, o grupo finalmente desembarca em Brasília para apresentar a esperada turnê de reencontro dos músicos. Formado por Marcelo Camelo, Rodrigo Barba, Bruno Medina e Rodrigo Amarante, Los Hermanos se apresenta, neste sábado, no Estádio Mané Garrincha.
A banda teve início em 1997, e lançou ao longo da carreira quatro álbuns de estúdio: Los Hermanos (1999), Bloco do eu sozinho (2001), Ventura (2003) e 4 (2005). No auge do sucesso, em 2007, os artistas anunciaram uma pausa nos trabalhos por tempo indeterminado. ;No momento em que paramos, sabíamos que, apesar de ser uma decisão muito difícil, era a coisa certa a ser feita. Acho que ninguém sabia exatamente o que esperaria do futuro, não havia planos concretos, apenas a percepção de que não estávamos prontos para entrar num novo ciclo: compor, gravar um disco e sair em turnê;, conta o tecladista da banda Bruno Medina, em entrevista ao Correio.
Depois da separação, cada integrante trilhou caminhos diferentes. Bruno Medina acompanhou Adriana Calcanhoto em turnê, mas seguiu sua formação em comunicação, sendo redator do Multishow, e hoje trabalha na área de estratégia e negócios digitais. O guitarrista e vocalista da banda Marcelo Camelo mudou-se para Portugal, enveredou por carreira solo e formou a Banda do mar, com a esposa e cantora Mallu Magalhães.
O baterista Rodrigo Barba ingressou em diversas bandas, incluindo a Canastra e a Rats, e também tocou com Clarice Falcão na turnê de Problema Seu (2013), deu aulas de bateria e chegou a fazer uma turnê para relembrar Los Hermanos. Já Rodrigo Amarante seguiu com a Orquestra Imperial, projeto paralelo que integra desde 2002; formou a banda Little Joy, segue também em carreira solo e mora em Los Angeles (EUA).
Mudança de ritmo
Desde a pausa, o Los Hermanos já se reuniu algumas outras vezes, sendo a última apresentação em 2015. Bruno Medina revela que a ideia dessa turnê surgiu no início de 2017, quando todos os integrantes da banda estavam no Rio e decidiram se encontrar. ;Conversa vai, conversa vem, alguém perguntou: ;por que não fazemos uma outra turnê?;;. A partir daí, foi questão de acertar as agendas.
Bruno crê que exista uma mística em torno de descobrir o fato motivador das turnês, mas ele afirma que é uma questão bem simples, na verdade. ;Somos amigos, sentimos saudades de estarmos juntos, gostamos das músicas que fizemos e tem muita gente ainda a fim de nos ver tocar;, conta Medina.
O tecladista observa que o Los Hermanos sempre foi uma banda serena. Então, o peso da idade não influencia tanto quanto poderia na logística de uma turnê, que, para ele é sempre intensa. ;Apesar desses 12 anos que se passaram desde que resolvemos mudar o ritmo de nossa carreira, penso que existe um patamar de entendimento mútuo e intimidade que se mantém. Sinceramente, sempre que nos encontramos, mesmo que tenham se passado anos, parece que estivemos juntos no fim de semana anterior;, declara Medina.
Além do repertório das canções que fazem o coração dos fãs ficarem mais aquecidos, como Último romance, Retrato pra Iaiá, O vencedor, Conversas de botas batidas etc., a novidade dessa apresentação é a mais nova música da banda, Corre corre, escrita por Marcelo Camelo. A música é a primeira inédita desde 2005.
Medina afirma que quando Marcelo compôs a música, o cantor considerou que ela tinha cara de Los Hermanos. ;Ele nos apresentou a música e imediatamente nos apaixonamos. Decidimos que valeria a pena tentar fazer um arranjo quando estivéssemos todos juntos no Rio. Fizemos, sem pensar muito sobre o que isso significaria em termos de carreira, visto que é a primeira música inédita em 14 anos;, explica.
Medina argumenta que é legal ter uma canção inédita para somar ao repertório, mas avisa que não existem planos de compor novas músicas. ;Até porque as agendas não cooperam, nós moramos em três países distintos. Neste momento, nosso foco está em curtir a repercussão positiva de Corre corre sem pensar muito além disso; afirma o baterista.
Além da música nova, o destaque também está na cenografia, que tem direção de arte assinada por Batman Zavareze, com LEDs de diferentes gerações, fabricadas dos anos 1980 até hoje. A nova identidade visual da banda é uma parceria inédita de Zavareze e Filipe Cartaxo (diretor artístico do BaianaSystem), que utilizou o fax e as máquinas de xerox dos anos 1990.
Los Hermanos em Brasília
Estádio Mané Garrincha. Sábado (27/4), às 22h. Ingressos a R$ 120 (Arena); R$ 150 (Cadeira) e R$ 200 (Área premium) *Valores referentes à meia-entrada e estão sujeitos a alterações sem aviso prévio. Não recomendado para menores de 16 anos desacompanhados. Crianças de 6 a 15 anos entram acompanhadas dos pais e/ou responsáveis legais. Crianças menores de 6 anos não entram.