Robson G. Rodrigues*
postado em 10/04/2019 07:20
Um posto abandonado da Polícia Militar em Ceilândia passou a ser ocupado pelo projeto Jovem de Expressão no ano passado. Por sentir que a arte local ainda carecia de vitrine, o coletivo transformou o espaço numa galeria cultural. A acomodação, inaugurada em março, foi batizada como Risofloras, em homenagem ao trio de grafiteiras parceiro do projeto.
;O lugar é importante para a cidade e para os artistas que residem aqui;, conta Antônio de Pádua, diretor do Jovem de Expressão, projeto que há 10 anos atua incentivando a continuidade e a formação do trabalho das mentes criativas ceilandenses e das outras regiões administrativas. A reforma do espaço começou em setembro de 2018 e foi concluída em mês simbólico, a tempo para as comemorações do aniversário de 48 anos de Ceilândia, em março.
Antes, as atividades coordenadas pela Rede Urbana de Ações Socioculturais (Ruas) eram desenvolvidas na sede do Jovem de Expressão. Hoje, a agenda é dividida com novo espaço, também na Praça do Cidadão.
Mais amplo e com salão de dança espelhado, o galpão transformado em galeria recebe exposições de artes plásticas, apresentações de teatro e diversas oficinas. Sob curadoria de Gu da Cei e Didi Colado, a mostra Ceilom(bra) inaugurou o cronograma de atividades do ponto cultural exibindo o trabalho de mais de 20 artistas.
;Privilegiamos criadores da periferia, que não vemos expostos nas galerias do Plano Piloto. É importante tirar concentração da arte do eixo central de Brasília e atrair artistas, expositores que querem um espaço e não têm oportunidade de divulgar o próprio trabalho;, destaca Pádua.
Depois de pensar em alguns nomes que poderiam dar nome à galeria, a equipe do Jovem de Expressão bateu o martelo no Risofloras. ;Queríamos em primeiro lugar homenagear artistas da cidade. Como desenvolvemos diversos trabalhos com as Risofloras, achamos que foi uma boa escolha batizar a galeria com o nome delas;, explica o diretor do Jovem de Expressão.
O trio dedicado à arte urbana é composto por Camila Leite, 24 anos; Didi Colado, 23; e Veronica Pires, 32. Elas são ,respectivamente, de Samambaia, Taguatinga e Asa Norte. Juntas, têm cinco anos de estrada. Apesar de não morarem em Ceilândia, frequentemente oferecem oficinas no Jovem de Expressão e em outros projetos. ;Estamos honradas;, conta Didi Colado.
*Estagiário sob supervisão de José Carlos Vieira