Adriana Izel
postado em 08/04/2019 06:30
O britânico Slash é um típico roqueiro. Com 53 anos, ele tem tanto prazer pela música e por sua guitarra que não importa como e nem onde, ele sempre está envolto no rock. Ao longo da carreira, participou de quatro bandas: Guns N; Roses, Snakepit, Velvet Revolver e, mais recentemente, na formação com Myles Kennedy & The Conspirators. Também alçou voos solos. Mas nunca deixou a música, porque, para ele, fazer rock é paixão.
Paixão essa que Slash acha que faltou nos últimos 20 anos no cenário do rock e ele vê como um dos pontos que levou o estilo musical a perder o protagonismo para gêneros como a música pop e o hip-hop, atuais dominantes das paradas musicais. ;O rock;n;roll definitivamente pegou o banco de trás da música pop, do hip-hop e desses ritmos que fazem sucesso agora;, afirma em entrevista ao Correio.
Para ele, isso aconteceu por conta da tentativa de artistas do rock de serem grandes estrelas. ;Então, estou feliz agora que o rock;n;roll não é algo comercial e de sucesso, porque agora acho que é o começo de um tempo em que os jovens vão fazer rock pela paixão e por criar música. (...) O que será diferente do que aconteceu nos últimos 20 anos, que foi muito feito por pessoas que queriam ser ricas e famosas, o que fez ser sem substância. Acho que isso foi o que matou o rock;, define.
Retorno ao Brasil
Mas o rock das antigas não morreu. E Slash é um desses exemplos. A partir de maio, ele desembarca no Brasil para mais uma turnê ao lado de Myles Kennedy & The Conspirators, com quem lançou em setembro do ano passado o disco Living the dream, material composto por 12 faixas e produzido por Michael Elvis Beskette, em que pela primeira vez Slash resolveu falar pelas entrelinhas sobre política.
Living the dream é o terceiro álbum de uma parceria iniciada em 2010 quando Myles Kennedy passou a acompanhar Slash na turnê solo e depois o guitarrista e o vocalista se juntaram de vez ao lado de The Conspirators com a divulgação do disco Apocalyptic love (2012). Dois anos depois, o grupo lançou World on fire. Todos esses materiais tiveram boa receptividade com a crítica e com o público.
Ao lado da banda formada por Myles Kennedy (focal), Brent Fitz (bateria), Todd Kerns (baixo e vocal) e Frank Sidoris (guitarra base), Slash se apresentará em oito cidades brasileiras, entre elas, Brasília, que já recebeu show do grupo anteriormente. A turnê tem início em 21 de maio em Porto Alegre. A capital federal será a sexta cidade a receber o show do grupo, que será em 29 de maio, com abertura da banda paulista República no Ópera Hall, na Vila Planalto. Sobre o show, Slash adianta: ;É uma performance muito espontânea, nós não temos coreografia, uma grande produção, só chegamos e tocamos por algumas horas;.
; Quatro perguntas / Slash
Eu não costumo misturar música e política. Eu sempre os separei. O título do álbum (Vivendo um sonho, em tradução livre) é uma expressão popular americana, que é um sarcasmo para lidar com o que estiver acontecendo. Eu estava procurando a mensagem política e social do que está acontecendo pelo mundo, especialmente na América. Não é uma mensagem, mas se você pegou, pegou. Se não, tudo bem.
Você esteve em diferentes bandas. Acha que as experiências anteriores te influenciam atualmente na parceria com Myles Kennedy & The Conspirators?
Não, acho que é algo muito separado. Toda vez que você faz algo com um grupo particular de pessoas é realmente focado pela química que você tem com aquelas pessoas. O que eu fazia no Guns N; Roses não é afetado por Conspirators, e vice-versa.
Para você, quem são os artistas protagonistas do rock nos dias de hoje?
Essa é uma pergunta interessante, é realmente difícil dizer. Há bandas que estão aí por muito tempo, como Metallica, Alice in Chains, Pearl Jam, Alice Cooper, AC/DC, só para dizer as que eu estive perto recentemente. Essas bandas são os maiores grupos de rock;n;roll. E também há várias novas bandas que estão atingindo um novo nível. Eu diria que temos que esperar para ver onde vai, mas agora ainda acho que são as bandas antigas que estão liderando.
Por que você acha que o rock perdeu o espaço no mercado?
O rock;n;roll definitivamente pegou o banco de trás da música pop, do hip-hop e desses ritmos que fazem sucesso agora. Mas já tivemos essa experiência a cada década. Então, estou feliz agora que o rock;n;roll não é algo comercial e de sucesso, porque agora acho que é o começo de um tempo em que os jovens vão fazer rock pela paixão e por criar música. Eles vão criar seu próprio rock, não por fama, não por dinheiro, não por explosão, mas por prazer. O que será diferente do que aconteceu nos últimos 20 anos, que foi muito feito por pessoas que queriam ser ricas e famosas, o que fez ser sem substância. Acho que isso foi o que matou o rock, pelo menos nos últimos 20 anos.
Slash ft. Myles Kennedy & The Conspirators
Ópera Hall (SHTN, Qd. 5, Bl. A). Em 29 de maio (quarta-feira), às 18h (abertura dos portões). Show de abertura da banda República (às 20h) e apresentação da turnê de Slash ft. Myles Kennedy & The Conspirators (às 21h). Entrada a R$ 120 (pista ; promocional), R$ 150 (pista ; 2; lote), R$ 180 (pista ; 3; lote), R$ 210 (pista ; 4; lote), R$ 240 (pista ; no dia do show), R$ 260 (pista premium ; promocional), R$ 280 (pista premium ; 2; lote), R$ 320 (pista premium ; 3; lote), R$ 360 (pista premium ; 4; lote), R$ 180 (área VIP ; promocional) e R$ 240 (área VIP ; 2; lote). Valores de meia-entrada. À venda em https://www.tudus.com.br/ e na Central de Ingressos (Brasília Shopping). Não recomendado para menores de 16 anos.