Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

China lança 'Bohemian rhapsody' sem cenas gays e menção ao HIV

Apesar de apenas três minutos terem ficado de fora, plateia sentiu que a história estava incompleta

A versão de Bohemian rhapsody estreada na China no último fim de semana mostra que o país foi ainda mais severo nos cortes do que havia sido anunciado. Além de beijo homossexual e do consumo de drogas, foram removidos na edição qualquer referência a sexualidade de Freddy Mercury e a infecção dele com o vírus HIV.

De acordo com o The New York Times, a censura revoltou as plateias chinesas ; que incluiriam jovens cinéfilos muito mais progressistas do que os censores;, pois teria ficado evidente que algo faltava na história.

As cenas removidas somam três minutos de filme. Entre elas, uma que mostra Freddie anunciando à namorada que não é héterossexual, e outra em que o amante Jim Hutton é introduzido. Também ficou de fora uma performance do Queen na qual o quarteto se apresenta vestindo roupas consideradas femininas.

O momento em que o vocalista da banda revela estar acometido pela AIDS também sofreu edição. O diálogo é abruptamente silenciado quando a palavra é dita e nenhuma legenda aparece. A doença provocou a morte do cantor em 1991.

Rami Malek, ator que interpretou Freddie Mercury no filme, também foi censurado quando ganhou discursou pela vitória do Oscar de melhor filme neste ano. A cerimônia foi transmitida numa plataforma de streaming no país asiático, mas sem a parte em que o astro diz: "Nós fizemos um filme sobre um homem gay, imigrante, que viveu a própria vida sem remorsos".

Apesar da censura na China, o filme, quando estreou, foi criticado por algumas audiências e alguns críticos por supostamente atenuar as relações homossexuais de Freddy Mercury.