Ceilândia, que tem a maior população do Distrito Federal, explora toda a qualidade artística na exposição Ceilom(bra). Localizada na Ceilândia Norte, mais exatamente na Galeria Risofloras (Praça do Cidadão), conta com produções de mais de 20 artistas que vivem na cidade ou possuem uma relação de profunda vivência com o local.
Sob a curadoria de Gu da Cei e Didi Colado, o novo espaço cultural surge como uma opção para uma cidade que sofre com a falta de incentivo para a cultura e com a centralização artística no Plano Piloto. Para a abertura do projeto, que está marcada para esta terça-feira (19/3), às 15h30, os curadores prepararam um debate sobre o lugar da arte e cultura da Ceilândia, além de apresentações artísticas e musicais.
;Não queremos esse modernismo, essa narrativa já consolidada de Brasília. Queremos trazer o pensamento de pertencimento para as pessoas daqui e promover a diversidade que compõe Ceilândia. A nossa cidade não tem o devido valor por conta de um estereótipo de um local muito ligado à violência, o que oculta os aspectos culturais e a diversidade;, conta Gu da Cei.
Simbologia
A organização do evento reuniu mais de 20 artistas para a produção, intercalando dança, música, vídeos, quadros e fotografias. O local em que as obras estarão expostas é simbólico pela transformação de um antigo posto policial em um galpão cultural, que funciona como resgate da cultura histórica através de novas produções inspiradas na cidade. Didi Colado, responsável pelo projeto, apresenta trabalhos na exposição tendo o grafite e a arte urbana como carro-chefe.
;Sou do Pará mas moro em Brasília há 20 anos. Usei a temática dos maiores símbolos da Ceilândia, como a caixa d;água e o formato das primeiras casinhas construídas no fim da década de 1970. Tenho trabalhos com o Risofloras e outros autorais que se encontram espalhados nos muros de várias cidade do Distrito Federal;, explica Didi.
A exposição contará também com o documentário do outro curador, Gu da Cei, que traz a série Da quebrada, na qual sete artistas da Ceilândia são retratados e falam sobre o significado real da arte, como é o processo de expressão e como a cidade interferiu positivamente nos trabalhos que realizam.
;A gente está retratando Ceilândia e mostrando todas as suas particularidades. É uma cidade tão rica em cultura, em arte, mas desprovida de muitos espaços de promoção para essa potencialidade da arte urbana;, ressalta Gu da Cei.
*Estagiário sob a supervisão e Igor Silveira
Serviço
Exposição Ceilom(bra)
Galeria Risofloras (Galpão Cultural do Jovem de Expressão, EQNM 18/20, Praça do Cidadão ; Ceilândia Norte). De hoje até dia 14 de abril (Visitação de segunda-feira a sexta-feira, das 14h às 17h). Exposição artística com temática de valorização cultural de Ceilândia. Entrada franca. Classificação indicativa livre.