Adriana Izel
postado em 12/03/2019 08:12
Durante muito tempo, o mundo dos heróis foi majoritariamente masculino. Nos cinemas havia uma hegemonia de protagonistas como Homem-Aranha, Homem de Ferro, Superman, Batman e Capitão América. No entanto, com a força do feminismo e o maior empoderamento feminino nos últimos anos, a supremacia dos heróis teve seus dias contados nas telonas, principalmente, quando os estúdios perceberam que poderiam apostar nas produções encabeçadas por heroínas.
A DC foi a primeira a aproveitar essa onda feminista. Depois da boa repercussão da aparição da Mulher-Maravilha, interpretada por Gal Gadot, no contestado Batman vs Superman: A origem da Justiça, a empresa investiu no filme solo da personagem. Dirigido por Patty Jenkins, o longa-metragem foi lançado em 2017 ; antes de Liga da Justiça (novembro de 2017) ; e bateu vários recordes, entre eles, o de ter se tornado na melhor estreia de uma diretora nos Estados Unidos, arrecadando US$ 100,5 milhões no primeiro fim de semana do lançamento.
A heroína foi apontada como a "salvação da DC", que ia mal das pernas com os principais personagens em baixa: o Batman e o Superman de Ben Affleck e Henry Cavill, respectivamente. Diana Prince deu força para o filme da Liga da Justiça; produção que reúne ainda Aquaman (Jason Momoa) e Flash (Ezra Miller) ;, garantiu uma sequência com estreia prevista para 2020 e mostrou a força da representatividade feminina no mundo dos heróis com uma heroína que não precisa ser salva por um homem.
"Sabíamos que queríamos contar uma história para inspirar pessoas: mulheres, homens, meninos e meninas. Não queríamos apenas uma trama genérica sobre um super-herói crescendo. Queríamos uma história que fosse plena e completa. É a primeira vez que contamos essa história, antes (do lançamento de Mulher-Maravilha) somente os garotos tinham modelos representativos", afirmou Gal Gadot na época de divulgação do filme à revista Entertainment Weekly.
Mostrando que as mulheres vieram para brigar de igual para igual com homens no mundo dos super-heróis, Capitã Marvel, primeiro filme solo de uma heroína da Marvel, estreou na semana passada superando Mulher-Maravilha e deixando outros longas do próprio estúdio pra trás.
O longa-metragem, que explica a origem dos poderes da piloto Carol Danvers (interpretada pela vencedora do Oscar Brie Larson), faturou US$ 445 milhões no mundo no primeiro fim de semana. O número coloca Capitã Marvel, de Anna Boden e Ryan Fleck, atrás apenas de Vingadores: Guerra infinita e o transforma no sexto maior lançamento de todos os tempos nos cinemas.
Além disso, o filme conduz Carol Danvers para um papel importante no quarto longa da saga dos Vingadores, já que a personagem havia sido mencionada no final de Vingadores: Guerra infinita e volta a aparecer entre os heróis na cena pós-créditos de Capitã Marvel.
"Ela é a personagem mais forte do universo Marvel", garantiu Brie Larson durante declaração na Comic Con Experience, em São Paulo. Será que caberá a personagem o poder de "reconstituir" o time dos Vingadores em Ultimato, previsto para ser lançado em 26 de abril?
Portas abertas
Com Diana Prince e Carol Danvers confirmadas nas próximas etapas dos universos DC e Marvel, respectivamente, e as duas sendo hoje as personagens mais fortes de ambos os estúdios, o cinema abriu de vez as portas para as heroínas. Em junho, por exemplo, outra heroína ganha o protagonismo na telona. É a mutante Jean Grey, de X-Men: Fênix Negra.
Conhecida nas diferentes versões de X-Men, Jean Grey será a grande protagonista do novo filme dos mutantes. Vivida por Sophie Turner, a personagem vai se deparar com o poderoso alter ego conhecido como Fênix Negra, quando quase morre e é atingida por uma força misteriosa cósmica. Ao longo da fita, o público verá o embate entre as duas "personalidades" de Jean.
[SAIBAMAIS]Quem também ganhará um filme solo é a heroína Viúva Negra. A personagem de Scarlett Johansson foi apresentada ao público no primeiro longa-metragem dos Vingadores em 2012. Desde então, começaram as especulações sobre uma produção para a personagem. Confirmada, a fita, que ainda não tem previsão de estreia, deve focar na vida de Natasha Romanoff antes de se juntar aos Vingadores, quando atuava como espiã da S.H.I.E.L.D., agência fictícia da Marvel para proteger a Terra de ameaças alienígenas.
Outra integrante dos Vingadores que verá o protagonismo é a Feiticeira Escarlate. Interpretada por Elizabeth Olsen, a personagem apareceu pela primeira vez em Vingadores: Era de Ultron e, desde então, se juntou ao time e apareceu em todos os outros filmes dos heróis. Wanda Maximoff será uma das personagens da Marvel a ganhar uma série no serviço de streaming da Disney, que deve estrear ainda em 2019. A produção terá Jac Schaeffer como showrunner. Ele é conhecido por escrever os roteiros de Capitã Marvel e também do filme da Viúva Negra.
Nas telinhas
Jessica Jones
Apesar de ter sido cancelada pela Marvel, a série da heroína durou duas temporadas na Netflix. A produção, que estreou em 2015, tinha como foco Jessica Jones, uma detetive com superforça, que acaba se juntando a outros heróis formando o time Os Defensores. O seriado chamou bastante atenção no lançamento por ter debatido na primeira temporada relacionamento abusivo.
Supergirl
Lançada em 2015, a série sobre Kara Zor-El ou Kara Denvers (Melissa Benoist) entrou para o time de produções televisivas do mundo dos heróis. Com quatro temporadas no ar, a produção acompanha Kara aprendendo a lidar com os superpoderes e se tornando na Supergirl para defender os cidadãos de National City. Sem claro, ficar às sombras do primeiro, o Super-Homem.
Batwoman
No ano passado a CW, emissora responsável por séries como Arrow e The Flash, divulgou que produziria mais um seriado protagonizado por uma heroína. A personagem escolhida por Batwoman. Vivida por Ruby Rose, a defensora de Gotham City apareceu no crossover das séries e deve ganhar uma produção solo em breve.