A força da indústria musical norte-americana mantém inegável relevância no mercado brasileiro. Com diversos serviços de streaming que ampliam o acesso à produção, os brasileiros podem ter acesso e curtir as novidades internacionais no momento em que são lançadas na cena norte-americana. Este ano, os gringos não decepcionaram em relação à qualidade.
[SAIBAMAIS]As mulheres chegaram ao topo das vendas com nomes como Ariana Grande e Cardi B. Além disso, a música internacional de 2018 se mostrou ousada e com toques de urbanidade e contemporaneidade. Com essa combinação, vieram um discurso musical a favor das minorias (com Janelle Monáe e a trilha sonora de Pantera Negra), o retorno de grandes artistas aos estúdios (como Paul McCartney, Lady Gaga e Beyoncé) e a força de revelações (como BTS e Camila Cabello). Conheça os álbuns que mais se destacaram durante o ano.
Sweetener - Ariana Grande
Ariana Grande sempre teve orgulho de ser a princesa do pop. Talvez por isso, Sweetener, o álbum mais complexo da jovem cantora de 25 anos, tenha chamado tanta atenção. O trabalho, que conta com 15 faixas, chegou ao sonhado posto de primeiro lugar no chart da Billboard 200, um dos mais importantes da música mundial. Entretanto, mais do que o sucesso nos charts, o 4; álbum de Ariana Grande empolga pela transparência. A cantora expõe desde o ataque terrorista que sofreu na Inglaterra em 2017, tema de No tears left to cry, até a proclamação do poder como mulher independente, em God is a woman.
Invasion of privacy - Cardi B.
Pode-se dizer que 2018 foi o ano de Cardi B. A rapper de 26 anos já havia brilhado em 2017 com o hit Bodak yellow. Este ano, ela superou as expectativas e conseguiu não só se manter, como também se expandir. Do reggaeton potente de I like it ao groove estilo década de 1990 de Be careful, Cardi conseguiu posicionar Invasion of privacy como um álbum fundamental para o rap deste ano. Na Billboard 200, o trabalho ficou em #1 e conseguiu se manter no top 30 por 36 semanas.
Egypt station - Paul McCartney
Todos os trabalhos do eterno Beatle geram algum burburinho na indústria e o 10; álbum solo seguiu a regra. Com 16 faixas, Egypt station não ensaia nenhuma grande ousadia musical, mas demonstra a habilidade do artista em conceber ritmos de pop rock pensados para conduzir os fãs em uma verdadeira iagem à década de 1970. São destaques as faixas Fuh you e Back in Brazil que, mesmo com uma visão estereotipada
do país, funciona como um presente particular para os fãs tupiniquins.
Black Panther - The album
O filme Pantera Negra se tornou um dos marcos cinematográficos do ano, e a trilha sonora da produção não fica atrás. Com roupagem extremamente urbana e contemporânea, a coletânea conta com 14 faixas produzidas pelo rapper Kendrick Lamar. Na cartilha, entra o grito de excelência negra há tempos sufocado na indústria do entretenimento norte-americana. É como se estrela do rap americano e figura constantes entre os premiados do Grammy não fosse o suficiente, entram na produção artistas como SZA, Schoolboy Q, Jorja Smith e The weeknd.
Dirty computer - Janelle Monáe
O último trabalho de Janelle Monáe pode até não ter alcançado altos níveis de popularidade ; o álbum não chegou aos 200 mais vendidos da Billboard 200 ;, mas apresentou um conceito elogiado pelos críticos. Dirty computer concorre ao prêmio de melhor álbum de 2018 no Grammy e tem chances reais de vitória. A produção tem apelo sintético, urbano e futurista. Também analisa e questiona a estrutura social patriarcal, machista e racista norte-americana. Com um ritmo que mistura R e pop, Janelle consegue levar o empoderamento feminino para fora das militâncias do Twitter.