;Será que as pessoas vão me aceitar?; Essa foi a maior dúvida que desde o início do projeto de O retorno de Mary Poppins acompanhou a atriz Emily Blunt (de O diabo veste Prada). Ela decidiu abraçar a personagem dos estúdios Disney que é das mais amadas dos cinéfilos com mais de 40 anos: a babá Mary Poppins (eternizada pela ganhadora do Oscar Julie Andrews). A dúvida da aceitação de Blunt começa a ser desfeita pela chegada, hoje, às telas, da senhorita vaidosa, engraçada, estilosa e otimista. Ela convive com uma problemática família inglesa que leva o sobrenome de muitos personagens do clássico filme de 1964 ; os Banks.
Depois do terror que virou um fenômeno chamado Um lugar silencioso, Emily Blunt adentra, no musical O retorno de Mary Poppins, um universo colorido e repleto de novidades: com músicas consagradas no filme original (Robert Sherman, autor da letra da eterna Supercalifragilisticexpialidocious), nove canções inéditas de Marc Shaiman e Scott Wittman animam o novo filme. Uma trilha de novidade e alegria promete estar no filme com direção de Rob Marshall (Nine e Chicago), todo ele baseado em sete livros da escritora P.L. Travers, desde 1934, dedicada a combater o cinismo e os maus agouros trazidos pelo reflexo da Grande Depressão, em Londres.
No elenco do filme atual estão Dick van Dyke (dono de papel duplo, no filme original dos anos de 1960), na pele do senhor Dawes Jr., presidente aposentado de um banco, e Meryl Streep, à frente do papel de Topsy, uma abilolada prima de Poppins.
Por meio século, P.L. Travers trouxe enredos para a babá que no novo filme entretém a família de Michael Banks, trabalhador bem insatisfeito de uma instituição financeira na qual, no passado, estiveram empregados o pai e o avô dele, igualmente em tempos difíceis. Pelo roteiro de David Magee (o mesmo de As aventuras de Pi), o dinheiro escasso e a condição de viúvo de Michael pioram com inúmeras confusões em casa, causadas pela pífia atuação no papel da governanta Ellen (Julie Walters).
Ambientado 24 anos depois da trama original, em que Michael era criança, o enredo traz Mary Poppins sem uma ruga sequer, tudo por conta dos poderes mágicos que ela cultiva. Movimentando-se entre animações criadas nos estúdios Disney, os personagens de carne e osso, os protagonistas têm como adereços o figurino de Sandy Powell (Cinderela) e a maquiagem de Peter Swords King (O Senhor dos Anéis).
Peso da responsabilidade
Tendo como coprodutor Marc Platt, o mesmo da equipe de La la land, O retorno de Mary Poppins encarou entre os desafios a construção em estúdio da torre do famoso Big Ben. Entre as locações para os números musicais do filme, gravado entre fevereiro e junho de 2017, estiveram a Catedral de São Paulo, o Palácio de Buckingham e a Torre de Londres, reconstruída, na vida real, em fins do século 13.
Literalmente com a missão de trazer luz para a capital britânica, o acendedor de lâmpadas Jack (Lin-Manuel Miranda) se afirma no longa como um dos melhores amigos de Mary Poppins. A trupe de crianças com responsabilidades antecipadamente depositadas nas vidas, junto ao pai Michael, é formada pelos gêmeos Annabel (Pixie Davies, de O lar das crianças peculiares) e John (Nathanael Saleh, de Game of thrones) e pelo pequeno e espoleta Georgie (Joel Dawson).
Outras estreias
Asako I & II
Filme japonês assinado por Ryusuke Hamaguchi, mostra as dúvidas implantadas na vida da jovem Asako, depois que, em Tóquio, ela conhece Ryohei, muito parecido
com um antigo amor que quase esqueceu.
Conquistar, amar e viver intensamente
Há quase 20 anos cativo no circuito de festivais internacionais, o diretor francês Christophe Honoré comanda uma limitada ciranda amorosa que cerca a vida do escritor Jacques: ele passa a amar o estudante Arthur, que fica com o coração dividido, dadas as experiências com mulheres e homens mais jovens do que Jacques.
2 outonos e três invernos
De Sábastien Betbeder, a comédia trata dos amores e das memórias abrigadas por um trio de inesperados amigos: Amélie, Arman e Benjamin.
Diamantino
Coprodução entre Brasil, Portugal e França, o longa, premiado em Cannes, tem direção dos parceiros Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt. Estrelado por Carloto Cotta, o filme mostra o pesaroso período para Diamantino, tido como o maior jogador de futebol do mundo.
5; Festival Internacional Cinema e Transcendência
Com entrada franca, o festival que tem curadoria dos diretores André Luiz Oliveira e Carina Bini está em cartaz no CCBB. Para hoje, estão programados: às 17h, o curta Mente raqueada e o longa Maputinkuy, encontro com a Terra, e às 19h30, o curta Identidade, seguido do longa Semeie pessoas.